'A Casa dos Galos' é uma narrativa guardiã da memória
"A apaixonante história de uma família ao longo de quatro gerações. Uma maravilha", afiança a revista The Bookseller sobre 'A Casa dos Galos'.
Livro de memórias e romance com traços de policial, a obra de Victoria Belim é uma viagem envolvente à complexa história de um país. O título evoca o majestoso edifício que durante décadas serviu de sede dos serviços secretos e onde ainda permanecem os temíveis arquivos do KGB.
A autora recorda-se bem do terror que a bisavó sentia só de pensar em percorrer aquela rua. Agora, Victoria Belim atreve-se a penetrar numa densa teia de segredos, omissões, calúnias e receios para desvendar um mistério familiar com mais de 90 anos.
Em 2014, os marcos da geografia pessoal de Victoria Belim sucumbem às mãos da Rússia. A sua cidade natal, Kiev, é dominada por protestos e alvo de repressão violenta.
A Crimeia, para onde Victoria fora mandada estudar a fim de evitar a radiação do desastre nuclear de Chernobyl, foi invadida. Kharkov, onde a sua avó Valentina estudou Economia e se apaixonou; Donetsk, onde o seu pai trabalhou; e Mariupol, onde ela e a mãe compraram uma cerejeira para plantar no jardim, tornaram-se campos de batalha.
Em plena guerra, e mesmo tendo-se naturalizado cidadã americana, Victoria Belim – então a viver em Bruxelas – regressa ao país de origem para conhecer mais profundamente as suas raízes e investigar o desaparecimento de um tio-avô durante a década de 1930.
O que lhe aconteceu, por que motivo sabem tão pouco sobre ele e porque é que a avó, Valentina, a avisa de que nunca é boa ideia perturbar o silêncio do passado?
Leitura compulsiva e comovente, 'A Casa dos Galos' conta a história de uma família e do passado de um país, mas é, sobretudo, a narrativa lúcida do seu perigoso presente.