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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Ser escritor n' A Capital', a cidade dos enganos

Book Stories, 06.05.23

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A Livros do Brasil volta a disponibilizar no mercado 'A Capital', o último romance de Eça de Queiroz, acabado e revisto pelo filho, que o editou postumamente em 1925.

Apesar de não o ter concluído, Eça de Queiroz trabalhou no livro 'A Capital' durante décadas e revela nele o seu espírito sempre crítico e o olhar satírico sobre a elite intelectual portuguesa que tanto nos deliciaram em obras anteriores.

As tertúlias lisbonenses, os seus defeitos e virtudes, a frivolidade sofisticada de certos meios, as origens do republicanismo, a sede de alpinismo social e a transformação moral de uma sociedade tradicionalista são alguns dos fenómenos abordados nesta narrativa, graças ao tão característico recurso queirosiano à ironia.

Em 'A Capital', a personagem central é Artur Corvelo, um jovem de grandes aspirações: alimentado pela vida boémia e literária que conheceu nos seus tempos de Coimbra, acalenta agora tornar-se um grande poeta.

Para mal dos seus pecados, a morte súbita do pai obriga-o a voltar para Oliveira de Azeméis, terra enfastiosa onde mora a sua única família, as tias Sabininha e Ricardina. A não ser que… um padrinho com quem raramente conviveu lhe legue uma boa maquia de dinheiro.

É assim que Artur se vê a caminho de Lisboa, essa bela cidade onde se realizam todos os sonhos. Ou assim acha ele. Mas um mal nunca vem só, para mais quando se é um mancebo perdido no meio da súcia de pelintras, caloteiros, cobardes, debochados, imbecis e bêbedos da magnânima Capital.

A crítica em 'Madame Bovary' valeu a Gustave Flaubert idas a tribunal

Book Stories, 18.03.23

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Em ‘Madame Bovary’, de Gustave Flaubert, encontramos uma história de esperança, de expetativas e de uma busca falhada por um amor que só existe nos livros ao mesmo tempo que somos confrontados com a realidade de uma sociedade burguesa do século XIX.

O autor começa por nos apresentar Charles Bovary, um médico que é casado, mas que acaba por se apaixonar pela filha de um seu paciente.

Um ano depois fica viúvo e então decide pedir a jovem Ema em casamento, que logo aceita, sonhando com a vida de casada que leu nos romances de que tanto gostava.

Porém, o casal muda-se para uma zona do interior e logo começam as deceções de Ema, cuja vontade era a de viver numa grande cidade. Esta vontade torna-se ainda mais vincada depois de ter sido convidada, juntamente com o marido, para um baile na mansão de um marquês.

Ema vê então tudo aquilo que quer ter: vestidos, bailes, criados, amigas da alta sociedade. Enfim, a jovem encontra numa realidade que não é a sua aquilo que sempre leu nos livros.

Ema e Charles eram como o dia e a noite: ele muito recatado, ela muito deslumbrada.

Esta é então a primeira crítica feita pelo autor, uma crítica profunda aos valores fúteis da burguesia do século XIX em que tudo o que importava era apenas e somente as aparências. O amor era algo perfeitamente dispensável – pelo menos, à primeira vista. E, no entanto, era com o amor que as jovens mulheres sonhavam.

Face a todo este descontentamento, Ema decide que precisa de emoção e paixão na sua vida, o que a leva a cometer adultério numa busca pelas emoções que tanto leu, mas que nunca vivenciou.

Este livro é um importante marco na literatura da época, pois afasta-se do romantismo e é um dos inauguradores do realismo literário.

As críticas à sociedade, aos valores que eram impostos à luz mas que eram deturpados à sombra, ao papel ditatorial da igreja valeram ao autor idas a tribunal.

Ema é uma mulher sonhadora sempre em busca de mais e mais, o que a leva a perder a pequena fortuna gastando o seu dinheiro e o do marido em futilidades e com os seus amantes.

O final é triste e trágico para ambos que não vão ser capazes de enfrentar, por um lado, as consequências dos seus atos, e, por outro, a cegueira provocada pelo amor e por uma personalidade paciente.

Quem também tem um final infeliz é Berta, a filha do casal.

 

✅ o retrato perfecionista de uma sociedade burguesa do século XIX

❌ descrições demasiado extensas

⭐ 4

 

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