J. Rentes de Carvalho e o mistério que fica para lá do fim!
"Oficialmente entrei hoje na velhice", escrevia J. Rentes de Carvalho na última entrada do diário que manteve entre 1994 e 1995, quando fez 65 anos.
Agora, à beira dos 93 – que completa a 15 de maio –, a Quetzal reedita o livro que reúne esses textos recolhidos durante um ano, a que deu o título 'Tempo Contado', distinguido com o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE em 2011.
Um livro que escreveu para assinalar a transição de idade: "Dar-me conta de como o tempo de uma vida é um instante irrisório, a incerteza do que será o meu destino, o mistério do que fica para lá do fim".
Entre Portugal e Holanda, Trás-os-Montes e Amsterdão, somos guiados pela intuição e a sensibilidade de J. Rentes de Carvalho, um dos grandes escritores portugueses do nosso tempo. Regressar e partir, estar num lado e viver no outro, visitando permanentemente a pátria mesmo quando se está longe dela.
"Rentes de Carvalho leu-nos melhor do que algum dia poderemos reconhecer", nota Francisco José Viegas na nota biográfica de 'Tempo Contado'.
"Pergunto-me como olharei para este [diário] se o destino me deixar chegar aos oitenta. Porque ingénuo já não sou. Romântico também não, e das ilusões guardo somente as precisas para com elas diluir um pouco as sombras do viver"