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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

A obscena dança de morte de Camilo José Cela

Book Stories, 28.06.23

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A cadência de 'Mazurca para Dois Mortos', o romance grotesco do não menos truculento Camilo José Cela, escreve-se ao ritmo da dança polaca que lhe dá nome, com um compasso ditado pelo acordeonista da casa de putas, o cego Gaudêncio.

Um ritmo tão trágico quanto cruel, uma história de Espanha e uma galeria de personagens que nunca mais vamos esquecer. Isso explica por que razão o autor foi premiado com o Nobel.

O cego Gaudêncio só tocou duas vezes a mazurca 'Ma Petite Marianne': em novembro de 1936, quando mataram Baldomero Afoito, e em janeiro de 1940, quando mataram Fabián Minguela. Depois nunca mais quis voltar a tocá-la. Eram os tempos turvos e vingativos da Guerra Civil de Espanha.

'Mazurca para Dois Mortos' constitui uma impressionante rememoração do ambiente quase mítico da guerra, da Galiza rural e da violência humana. Um retábulo de vidas dominadas pela violência, pelo sexo e pela superstição atávica.

Uma das melhores obras de um dos mais importantes escritores espanhóis contemporâneos, 'Mazurca para Dois Mortos' alcançou em Espanha 18 edições em três anos e está traduzida para várias línguas europeias. É um genuíno tour de force quanto ao tratamento da forma narrativa.

Estamos perante a obra de um dos mais altos expoentes da literatura espanhola, cujo perfeito domínio da ambiguidade e cuja capacidade para a criação de ambientes requintadamente insólitos só são superados pelo manejo excecional das formas literárias.

 

Em 'A Morte Dela Fica-me Tão Bem' encontra amor, adultério e crime

Book Stories, 01.05.23

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'A Morte Dela Fica-me Tão Bem' marca o regresso de Miguel Viana Baptista à escrita, desta vez com a chancela Quetzal Editores e um romance elegante sobre amor, adultério, crime, classe média – e a tragicomédia do ciúme.

Disponível nas livrarias desde 20 de abril, terá sessão de lançamento a 11 de maio, às 18h30, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, com apresentação de António José Teixeira.

Num fim de tarde de maio, Simão Sousa Santos, advogado conhecido pela sua experiência em casos de divórcio, recebe uma nova cliente, a dermatologista Carla Trancoso.

Simão é um homem de 50 anos, casado pela segunda vez, que pertence a uma sólida burguesia lisboeta. Tem uma paixão quase obsessiva pela escrita: da grande literatura, que consome vorazmente, à que ele próprio pratica, num registo íntimo, introspetivo e memorialista.

Contudo, o seu diário e a aparente estabilidade que se espera de alguém como o advogado Sousa Santos vão ser dramaticamente postos em causa pela aparição desta bela mulher perfumada de flor de laranjeira – Carla, uma ameaça raríssima.

O que começa por ser um lamento e um exercício literário transforma-se num policial, quando o seu autor se enreda num crime. Ou será ao contrário? São certamente um e outro.

 

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'Porco Assado', uma estreia literária promissora que chega de Pequim

Book Stories, 27.04.23

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A nova voz literária da China acaba de fazer 30 anos, escreve-se em inglês e no feminino, e retrata uma nova realidade, moderna e metropolitana, que rompe estereótipos e preconceitos com a tradição cultural.

'Porco Assado', o livro de estreia de An Yu, é um romance mágico, musical e intenso que já está nas livrarias nacionais com tradução de Maria Dulce Guimarães da Costa.  

Numa manhã de outono em Pequim, Jia Jia toma o pequeno-almoço com o marido, que prepara as malas para uma viagem.

Porém, minutos depois encontra-o morto na banheira; ao lado, um desenho a lápis de uma estranha figura aquosa, uma imagem tão perturbadora que a obriga a procurar uma explicação para ambas as coisas: a morte do marido e a natureza daquele desenho.

Então, livre do casamento, Jia Jia inicia uma jornada que a leva às alturas do Tibete e a lugares fantásticos e imaginários.

Mostrando a complexidade da vida de Pequim e evocando a atmosfera cinematográfica da China urbana de classe média, 'Porco Assado' explora a estranheza íntima da dor, os mistérios dos mundos invisíveis e a autodescoberta cheia de energia de uma mulher jovem e independente em busca de respostas e de novidade.

 

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Pensamentos de uma mulher com cancro que, infelizmente, não sobreviveu

Book Stories, 01.04.23

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Aos trinta e um anos, Lara da Rocha Vaz Pato, mulher independente e com uma carreira de sucesso num mundo dominado por homens, descobre que sofre de uma variante rara de cancro do pulmão e que não lhe resta muito tempo de vida.

'Uma Mulher com Cancro, Um Psicólogo e Uma Virgem Entram num Death Café' reúne os textos inteligentes e divertidos de alguém que descobre na escrita uma forma audaz de lidar com o seu destino trágico.

Originalmente escritos em inglês, foram publicados no blogue da autora entre março de 2021 e abril de 2022. O livro chega às livrarias a amanhã. A sessão de lançamento decorre a 15 de abril, às 16h00, na LER Devagar, em Lisboa com a apresentação de Dulce Maria Cardoso e Afonso Reis Cabral.

Lara da Rocha Vaz Pato morreu a 27 de maio de 2022. Era formada em Física Teórica e tinha um doutoramento em Engenharia Biomédica. Perdeu a mãe aos doze anos e o pai na semana em que lhe foi – a ela – diagnosticada a doença terminal. Além da escrita, a passagem pelo stand up também a ajudou a lidar com a perda e o medo.

Escrever é terapêutico e divertido, e isso agora é muito mais importante para mim do que as opções na minha carreira

É com muitos sorrisos e algumas gargalhadas que se leem os textos deste livro, que inclui o relato de uma inesperada e hilariante participação num Death Café, um fórum em que as pessoas falam sobre o temor da morte; uma curiosa visita a um cemitério; e muitos pensamentos sobre o sentido da vida.

"Estou a viver um dia de cada vez. Nesta minha nova identidade, o meu único emprego é ser feliz. Agora. E é dos empregos mais importantes que tive", escreveu.

 

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'A Escola da Vida' mostra que o saber é fruto de corpos esperando interações

Book Stories, 29.03.23

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O que se passará de tão interessante numa sala de aula para que as sociedades industrializadas obriguem a sua juventude a lá passar tanto tempo, numa vida tão curta?

Há uma certa convicção relativamente à aprendizagem que se impôs: o trabalho do espírito só é possível se o corpo estiver reprimido, imóvel e silencioso.

Aquilo que Maxime Rovere mostra em 'A Escola da Vida' é precisamente o contrário: o saber é fruto de corpos esperando interações, animados pelo desejo. É precisamente esta energia que circula em conflitos e em diálogos que nos faz crescer.

Depois de 'O Que Fazer dos Estúpidos', Maxime Rovere explora agora a erótica da aprendizagem, na tentativa de devolver a nobreza à arte de ensinar e aprender.

Em 'A Escola da Vida' defende que não se pode "considerar os professores como correias de transmissão, que podem passar conteúdos de saber de uma geração para outra" e aposta numa reformulação do método de ensino, que redescubra a relação entre aluno e mestre.

"Essa lufada de admiração é tão potente que basta uma chispa para que a admiração expluda em amor – um desses amores juvenis, confuso e inocente, terno, frágil, indizível e irrealizável, mediante os quais os jovens (mas não só eles) são levados a superar-se", lê-se no livro publicado pela Quetzal Editores.