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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

José Saramago e a vocação de agitar consciências

Book Stories, 23.05.23

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A Porto Editora publicou, este mês, 'Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas', com capa caligrafada por José Luís Peixoto. Fica assim completa a coleção de obras de José Saramago para cujos títulos várias personalidades da cultura de língua portuguesa emprestaram a sua letra

Aquando da sua morte, em 2010, José Saramago deixou escritas trinta páginas daquele que seria o seu próximo romance; trinta páginas onde estava já esboçado o fio argumental, perfilados os dois protagonistas e, sobretudo, colocadas as perguntas que interessavam à sua permanente e comprometida vocação de agitar consciências. 

'Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas', o título que começou por ser uma epígrafe, evoca a tragicomédia 'Exortação da Guerra', de Gil Vicente.

Dois textos – de Fernando Gómez Aguilera e Roberto Saviano – situam e comentam as últimas palavras em papel do Prémio Nobel português, cuja força as ilustrações de um outro Nobel, Günter Grass, sublinham.

A questão da «responsabilidade ética do sujeito, para consigo próprio e para com a sociedade» continua hoje tão pertinente (ou mais) quanto há catorze anos, quando foi explorada nestas páginas.

Tomando como argumento «o mundo inóspito e lacerante» da produção e do uso de armas, Saramago alinhava aqui «um romance de ideias com uma forte componente de reivindicação e provocação», nas palavras de Fernando Gómez Aguilera.

Uma narrativa de extrema atualidade, que aponta o dedo à importância de estarmos ou não estarmos «dentro das coisas»: de termos capacidade de análise crítica e de combate ao status quo da mediocridade, da corrupção, do abuso de poder.

 

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