De bruxa a Santa Padroeira. Vamos conhecer a história de Joana d'Arc
‘Joana d’Arc, a história da donzela de Orleães’, da autoria de Helen Castor, tem a particularidade de ter sido o primeiro livro não técnico que li em espanhol.
Comprei esta obra numa livraria lindíssima de Madrid e não me arrependi nada, pois está escrito num espanhol bastante simples de compreender. Porém, não posso dizer que tenha sido um livro que me cativou particularmente.
A determinado momento, a leitura tornou-se cansativa por ter demasiados detalhes históricos, especialmente relativos à história de França e Inglaterra e à Guerra dos Cem Anos. Talvez o erro tivesse sido meu, pois quando comprei o livro não me apercebi que seria uma obra tão histórica e biográfica.
No entanto, foi uma leitura interessante porque eu pouco ou nada sabia acerca desta personagem e fiquei a conhecer um pouco melhor esta jovem donzela que teve uma coragem que poucas pessoas, especialmente mulheres no século XV, tiveram.
Joana cresceu durante a Guerra dos Cem Anos que opôs a França a Inglaterra, e, a determinado momento, a jovem começou a ouvir vozes e a ter visões sobre o futuro da França.
Segundo disse a própria durante o seu julgamento, nas suas visões apareceram o Arcanjo Gabriel, a Santa Catarina de Alexandria e a Santa Margarida de Antioquia que lhe disseram que a sua missão era a de se juntar ao exército francês para ajudar o rei Carlos VII a derrotar os ingleses e os borgonheses na luta pela coroa francesa.
Graças à sua coragem e insistência, e também por ter conquistado o apoio popular para a sua missão, Joana, que tinha apenas 16 anos, acabou por chegar à fala direta com o rei Carlos VII.
De referir que, antes de o rei confiar plenamente nas suas palavras, Joana foi submetida a um interrogatório levado a cabo por elementos do clero, mas também teve de fazer um exame físico a comprovar a sua virgindade, até porque ela própria fazia brio da sua virgindade.
A jovem cortou o cabelo, vestiu-se de homem e seguiu para a frente de batalha, tendo alcançado importantes vitórias bélicas apenas com o uso da palavra, sem nunca ter ferido ou tirado a vida a alguém e cumpriu com a promessa que tinha feito a Carlos VII: a sua coroação na cidade de Reims.
O exército francês acabou por ser capturado, inclusive Joana d’Arc, a caminho de Paris.
Como aconteceu a tantas outras pessoas naquela época que disseram ter visões e falado com Deus, Joana acabou por ser acusada de heresia e bruxaria.
O seu julgamento foi longo e apesar de ter sido interrogada dezenas de vezes, com o propósito de ‘confessar os seus pecados’, a jovem manteve a sua palavra até ao fim, garantindo apenas servir a Deus e ter feito o que Deus lhe pediu – o que não era o que os membros do clero que a interrogaram queriam ouvir.
Joana acabou por ser condenada por heresia e bruxaria e morreu queimada, em praça pública, como era hábito naquela altura.
Já no século XX, e depois de Napoleão Bonaparte ter determinado que Joana era o símbolo de França, a jovem foi beatificada e, em 1920, canonizada, sendo agora a Santa Padroeira de França.
✅ detalhes sobre a forma de estar na vida e de pensar de Joana
❌ detalhes muito maçadores de história
⭐ 3