'A Escola da Vida' mostra que o saber é fruto de corpos esperando interações
O que se passará de tão interessante numa sala de aula para que as sociedades industrializadas obriguem a sua juventude a lá passar tanto tempo, numa vida tão curta?
Há uma certa convicção relativamente à aprendizagem que se impôs: o trabalho do espírito só é possível se o corpo estiver reprimido, imóvel e silencioso.
Aquilo que Maxime Rovere mostra em 'A Escola da Vida' é precisamente o contrário: o saber é fruto de corpos esperando interações, animados pelo desejo. É precisamente esta energia que circula em conflitos e em diálogos que nos faz crescer.
Depois de 'O Que Fazer dos Estúpidos', Maxime Rovere explora agora a erótica da aprendizagem, na tentativa de devolver a nobreza à arte de ensinar e aprender.
Em 'A Escola da Vida' defende que não se pode "considerar os professores como correias de transmissão, que podem passar conteúdos de saber de uma geração para outra" e aposta numa reformulação do método de ensino, que redescubra a relação entre aluno e mestre.
"Essa lufada de admiração é tão potente que basta uma chispa para que a admiração expluda em amor – um desses amores juvenis, confuso e inocente, terno, frágil, indizível e irrealizável, mediante os quais os jovens (mas não só eles) são levados a superar-se", lê-se no livro publicado pela Quetzal Editores.