Três mulheres que a história imortalizou. Três livros que deve ler no Dia da Mulher
Muitas mulheres houve ao longo da história que tiveram um papel importante no decurso da vida política, no desenvolvimento de um país e na vida em sociedade.
Seriam precisas centenas de páginas para contar a história de todas e de cada uma delas de tão importantes que foram.
No entanto, para aguçar a curiosidade deixo-vos com três livros que contam a história de três mulheres com quem simpatizo particularmente por aquilo que foram, por aquilo que quiseram ser e por aquilo que não puderam ser!
📖 ‘D. Maria II’, da autora portuguesa Isabel Stilwell, é uma obra fantástica. Não só nos dá a conhecer o contexto histórico em que D. Maria nasceu, cresceu, reinou e morreu, como nos dá um belo vislumbre do que sente uma menina que nasceu para ser rainha, mas que perdeu a mãe muito nova e desde cedo se viu envolvida em negócios e interesses políticos e traições. D. Maria II, rainha de Portugal, nasceu no Brasil e ainda menina atravessou o Oceano Atlântico para assumir a coroa portuguesa depois de o seu pai, D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil, ter abdicado do trono em seu favor. D. Maria esteve prometida ao seu tio, mas o enlace não se concretizou. Casou e enviuvou em apenas dois meses, acabando por casar em segundas núpcias com aquele que viria a ser o rei-consorte, D. Fernando, tendo um total de 11 filhos (quatro nasceram sem vida). Morreu com 34 anos, ao dar à luz o seu 11º filho, tendo deixado um legado na Educação em Portugal.
📖 ‘Madre Paula’ foi uma das poucas religiosas cujo nome ecoa apesar das centenas de anos que já passaram da sua morte. Paula entrou para o Convento de Odivelas ainda jovem porque o pai não a conseguia sustentar. Contra a sua vontade, Paula foi obrigada a fazer os votos de castidade e pobreza, mas, ironicamente, não cumpriu nenhum dos dois mesmo vivendo no convento. Além de freira, Paula foi, acima de tudo – e é por isso que é hoje conhecida – o grande amor do rei D. João V de Portugal. Durante mais de uma década, o rei manteve-a no convento como sua amante, dando-lhe roupas, joias e transformando os seus aposentos modestos em principescos. Da relação nasceu um menino, D. José de Bragança, que se viria a tornar Inquisidor Geral. D. João V nunca escondeu da corte – e da rainha – a sua preferência e o seu amor por Paula em quem tinha, mais do que uma amante, uma confidente e conselheira. A história, que já deu origem a uma série da RTP, é-nos contada em livro pela autora Patrícia Müller.
📖 ‘A Mulher de Einstein’, de Marie Benedict, conta-nos a história de Mileva Maric, a primeira mulher do famoso Albert Einstein. O casal conheceu-se numa universidade de Zurique em 1896 quando estudavam Física. Mileva era a única mulher do curso, mas isso não a impediu de ser uma aluna brilhante. Mileva e Albert casaram e tiveram três filhos e, apesar das dificuldades que teve de enfrentar, Mileva nunca deixou de pensar Física e, inclusivamente, ajudou o marido a investigar e a construir a teoria da relatividade. Infelizmente, Mileva não conseguiu acabar o curso devido aos seus afazeres domésticos e, por essa razão, o seu nome não consta no grande artigo científico que catapultou Einstein para a fama. Este, por seu lado, ficou com todos os louros de um trabalho que não foi só seu, algo que nunca o incomodou.