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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Três mulheres que a história imortalizou. Três livros que deve ler no Dia da Mulher

Book Stories, 08.03.23

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Muitas mulheres houve ao longo da história que tiveram um papel importante no decurso da vida política, no desenvolvimento de um país e na vida em sociedade.

Seriam precisas centenas de páginas para contar a história de todas e de cada uma delas de tão importantes que foram.

No entanto, para aguçar a curiosidade deixo-vos com três livros que contam a história de três mulheres com quem simpatizo particularmente por aquilo que foram, por aquilo que quiseram ser e por aquilo que não puderam ser!

 

📖 ‘D. Maria II’, da autora portuguesa Isabel Stilwell, é uma obra fantástica. Não só nos dá a conhecer o contexto histórico em que D. Maria nasceu, cresceu, reinou e morreu, como nos dá um belo vislumbre do que sente uma menina que nasceu para ser rainha, mas que perdeu a mãe muito nova e desde cedo se viu envolvida em negócios e interesses políticos e traições. D. Maria II, rainha de Portugal, nasceu no Brasil e ainda menina atravessou o Oceano Atlântico para assumir a coroa portuguesa depois de o seu pai, D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil, ter abdicado do trono em seu favor. D. Maria esteve prometida ao seu tio, mas o enlace não se concretizou. Casou e enviuvou em apenas dois meses, acabando por casar em segundas núpcias com aquele que viria a ser o rei-consorte, D. Fernando, tendo um total de 11 filhos (quatro nasceram sem vida). Morreu com 34 anos, ao dar à luz o seu 11º filho, tendo deixado um legado na Educação em Portugal.

 

📖 ‘Madre Paula’ foi uma das poucas religiosas cujo nome ecoa apesar das centenas de anos que já passaram da sua morte. Paula entrou para o Convento de Odivelas ainda jovem porque o pai não a conseguia sustentar. Contra a sua vontade, Paula foi obrigada a fazer os votos de castidade e pobreza, mas, ironicamente, não cumpriu nenhum dos dois mesmo vivendo no convento. Além de freira, Paula foi, acima de tudo – e é por isso que é hoje conhecida – o grande amor do rei D. João V de Portugal. Durante mais de uma década, o rei manteve-a no convento como sua amante, dando-lhe roupas, joias e transformando os seus aposentos modestos em principescos. Da relação nasceu um menino, D. José de Bragança, que se viria a tornar Inquisidor Geral. D. João V nunca escondeu da corte – e da rainha – a sua preferência e o seu amor por Paula em quem tinha, mais do que uma amante, uma confidente e conselheira. A história, que já deu origem a uma série da RTP, é-nos contada em livro pela autora Patrícia Müller.

📖 ‘A Mulher de Einstein’, de Marie Benedict, conta-nos a história de Mileva Maric, a primeira mulher do famoso Albert Einstein. O casal conheceu-se numa universidade de Zurique em 1896 quando estudavam Física. Mileva era a única mulher do curso, mas isso não a impediu de ser uma aluna brilhante. Mileva e Albert casaram e tiveram três filhos e, apesar das dificuldades que teve de enfrentar, Mileva nunca deixou de pensar Física e, inclusivamente, ajudou o marido a investigar e a construir a teoria da relatividade. Infelizmente, Mileva não conseguiu acabar o curso devido aos seus afazeres domésticos e, por essa razão, o seu nome não consta no grande artigo científico que catapultou Einstein para a fama. Este, por seu lado, ficou com todos os louros de um trabalho que não foi só seu, algo que nunca o incomodou.

 

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Arranca hoje o meu Mês das Mulheres e a convidada especial é Agatha Christie

Book Stories, 01.03.23

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Porque se assinala, neste mês de Março, o Dia Internacional da Mulher, resolvi escrever apenas sobre mulheres e para mulheres.

Todo este mês vai ser dedicado a livros escritos por mulheres ou que contam a história de mulheres, desde a mais desconhecida e ficcional, à mais histórica e real.

Por isso, hoje trago-vos a review de um livro escrito por uma mulher que conta a história de três mulheres! Que bela forma de dar início ao mês da mulher aqui no Bookstories.

Toda a gente já ouviu falar de Agatha Christie, a Rainha do Crime, mas poucos conhecem a sua história de vida.

O que 'A Mulher no Expresso do Oriente', de Lindsay Jayne Ashford, nos traz é uma incursão na vida pós-divórcio da famosa escritora, enquanto nos leva numa maravilhosa viagem de comboio até ao Médio Oriente do início do século XX.

Agatha, Nancy e Katherine são as três mulheres que protagonizam a obra. Três pessoas com vidas completamente diferentes, mas que têm uma coisa em comum: segredos.

Agatha embarca no Expresso do Oriente sob um nome falso para que não a reconheçam. O seu desaparecimento e divórcio fizeram capas de jornais e a escritora quer passar despercebida; Nancy tenta recuperar de um casamento que acabou logo na lua-de-mel devido à traição do marido, tendo acabado por se envolver com outro homem; e Katherine esconde um segredo muito duro que levou, inclusive, à morte do seu primeiro marido.

Sem contarem os seus segredos mais profundos, as três mulheres desenvolvem uma forte ligação de amizade. Sozinhas, a caminho do Médio Oriente, Agatha, Nancy e Katherine tornam-se verdadeiras amigas e acabam por partilhar os seus segredos e ajudarem-se mutuamente, transformando-se nos pilares umas das outras - isto numa época em que o mundo pertencia única e exclusivamente aos homens!

O que este livro tem de interessante é que é baseado em factos reais. Agatha realmente fez aquela viagem pelos motivos que são descritos no livro e realmente conheceu uma das personagens (não posso contar mais para não fazer spoiler).

A Mulher no Expresso do Oriente’, publicada em Portugal com o selo da editora Chá das Cinco, é uma obra sobre a perseverança, a esperança e a força que uma mulher maltratada pela vida tem dentro de si, mesmo sem o saber.

Se gostam de Agatha Christie e têm curiosidade para conhecer melhor a mulher e não a autora, então aconselho vivamente esta leitura.

✅ as maravilhosas descrições das paisagens que se veem durante a viagem no Expresso do Oriente; ficar a conhecer um pouco a Agatha - a mulher, não a autora

❌ o excesso de descrições paisagísticas

⭐ 4

 

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