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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Como o amor de um pai pode sufocar e provocar a raiva num filho

Book Stories, 15.04.23

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Tendo como pano de fundo a Guerra da Coreia, 'Indignação' conta a história da educação do jovem Marcus Messner, um jovem que enfrenta as circunstâncias assustadoras e as obstruções anómalas que a vida acarreta.

Na América de 1951, segundo ano da Guerra da Coreia, Marcus Messner, um jovem estudioso, disciplinado e intenso, nascido em Newark, Nova Jérsia, inicia o seu segundo ano de universidade no campus conservador e rural da Universidade de Winesburg, Ohio.

E porque é que ele está lá e não perto de casa, na Universidade de Newark, onde começou por se matricular? Porque o pai, um austero e trabalhador talhante de bairro, parece ter ficado louco - louco de medo e preocupação perante os perigos da vida adulta, os perigos do mundo, os perigos que vê em todos os cantos à espreita do seu filho querido.

Como a mãe sofredora e desesperadamente atormentada diz ao filho, o medo do pai é fruto do amor e do orgulho. Talvez seja, mas faz nascer uma tal raiva em Marcus que ele não suporta viver mais tempo com os pais. Vai-se embora de casa e, longe de Newark, na Universidade do Midwest, terá de encontrar o seu caminho no meio das tradições e restrições de uma América diferente.

Esta é uma história de inexperiência, loucura, resistência intelectual, descoberta sexual, coragem e erro contada com toda a energia criativa e todo o engenho de que Philp Roth é possuidor.

Simultaneamente, é um poderoso aditamento às investigações levadas a cabo pelo autor sobre o impacto da História da América na vida do indivíduo vulnerável.

Publicado pela primeira vez em 2009, esta é uma nova edição, agora de capa mole, de um romance entretanto adaptado ao cinema, em 2016, tal como aconteceu com outros livros do autor.

'Indignação' hoje chega às livrarias.

 

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'Amigos até ao fim' faz o retrato da espionagem à moda antiga

Book Stories, 13.04.23

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No seguimento da guerra do Iraque, o inglês Edward 'Ted' Mundy, filho de um major na reserva do antigo exército indiano, escritor falhado e guia turístico na Baviera, vê reaparecer o seu passado.

E o passado chega-lhe na pessoa de Sacha, o militante da Alemanha de Leste que ele encontrara nos finais dos anos 60 numa Berlim entregue à agitação revolucionária, e que tornou depois a ver no espelho embaciado dos espiões da Guerra Fria, para a montagem de uma operação de agente duplo.

Mas os tempos mudaram e a amizade dos dois, renovada em nome de um idealismo tornado obsoleto, vai ser minada pelas cínicas manobras de uma América mais imperialista do que nunca.

Com 'Amigos até ao fim', que já está disponível nas livrarias nacionais, John le Carré fez o epitáfio da espionagem à moda antiga e dos valores ultrapassados que estruturavam o universo dos agentes secretos.

Depois do 11 de Setembro, as "causas justas" perderam o seu valor quando a América de Bush impôs a todo o mundo a marcha forçada da sua autoglorificação triunfalista e hegemónica.

Lançando um olhar cruelmente céptico sobre as manobras maquiavélicas de uma América envolta na sua boa consciência, le Carré denuncia também a cega mesquinhez do homem e a sua mensagem desesperada perseguirá o leitor durante muito tempo após a leitura da última linha.

 

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