'Pecados Santos': Perdoai-me Senhor pelo pecado da gula literária!
Confesso que nunca tinha ouvido falar no autor Nuno Nepomuceno. Andava a vaguear pelo Instagram quando me apercebi de que havia imensa gente a falar do autor e, melhor, a Cultura Editora estava com uma promoção em que dois livros ficavam pelo preço de um.
Mas há melhor maneira de começar a ler autores desconhecidos para nós?
Pois bem.
O ‘Pecados Santos’ chegou em conjunto com ‘A Morte do Papa’ e, logo depois, apercebi-me de que pelo meio havia ainda ‘A Última Ceia’. Não tardou muito a ter os três livros.
Comecei então pelo primeiro – que à época eu acreditava ser o ‘Pecados Santos’ (entretanto já percebi que é ‘A Célula Adormecida’).
Logo nas primeiras páginas Nuno Nepomuceno cativou-me e conseguiu prender-me à narrativa, o que me levou a ler o livro (448 páginas) em apenas duas tardes. Eu simplesmente não conseguia para de ler.
Mas vamos ao que interessa: a narrativa.
O que me prendeu verdadeiramente foi o facto de o autor ter a capacidade de explicar, de uma forma resumida, mas clara, a questão judaica – a política, a geografia e a cultura.
Não é um tema que eu domine e, por isso, a explicação que o professor Catalão deu aos seus alunos foi deveras interessante e rica. Aliás, eu própria me senti uma aluna do (na minha cabeça) charmoso professor Afonso Catalão.
De louvar é também a capacidade de o autor conseguir estabelecer uma ligação entre as várias personagens que vão surgindo no livro. O facto de o professor Catalão colaborar com os serviços secretos portugueses leva-nos a imaginar um mundo pouco conhecido – o pormenor de o contacto do professor no serviços secretos vestir sempre uma gabardine cinzenta é só delicioso!!!
Mas deliciosa é mesmo a forma como este livro nos consegue transportar para o seu interior; imaginar com facilidade os locais onde a narrativa decorre; sentir as sensações que as personagens experienciam.
E o melhor é que o fim (não vou fazer qualquer spoiler) é surpreendente.
Bom, pelo menos para mim foi. Eu estava longe de imaginar quem seria o assassino!
Depois de ler este livro fiquei fã de Nuno Nepomuceno (as reviews de ‘A Última Ceia’ e ‘A Morte do Papa’ estão para breve).
Para completar a saga Afonso Catalão só me falta ‘A Célula Adormecida’ (que é só o primeiro livro, na verdade) 😊
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☝️ Pontos Positivos: a forma como Nuno Nepomuceno nos consegue dar uma breve lição sobre a questão judaica e a capacidade do autor de criar várias personagens e conseguir interligá-las com a maior inteligência e subtileza.
👇 Pontos Negativos: não encontrei
⭐ Avaliação: 4,8 estrelas