O carrossel das 'Noites Brancas'
Há muito tempo que queria ler Dostoievski e finalmente chegou o momento.
Comecei por ‘Noites Brancas’, pois disseram-me que era “levezinho” para começar a conhecer o escritor.
É uma história adorável, embora um pouco fantasiosa na rapidez como a trama se desenrola.
No entanto, fica claro que a intenção do autor era exatamente a de demonstrar como o tempo é sinónimo de muito pouca coisa.
No livro bastaram três noites para o homem se apaixonar, a mulher sofrer um desgosto amoroso, os dois delinearem um plano para futuro e ela regressar ao primeiro amor.
Em três noites apenas. A interpretação que faço é que a mensagem que Dostoievski quis transmitir é a de que a felicidade não é um estado, não é constante. A felicidade são momentos e, por isso, tem de ser aproveitada ao máximo.
Em três noites, o protagonista do livro passou de uma solidão persistente para um estado de enamorado com o ápice a chegar com a felicidade de construir, por fim, um futuro a dois.
Essa felicidade durou breves minutos. Mas o protagonista não se arrepende, porque aquela foi uma felicidade real, verdadeira, que lhe encheu o coração. Terminou rapidamente, é um facto, mas o sentimento ficou.
Um minuto inteiro de felicidade.
Não será isso o bastante para preencher toda a vida de um homem?
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☝️ Pontos Positivos: a forma como Dostoievski escreve sobre as emoções do ser humano
👇 Pontos Negativos: os diálogos que são, na verdade, longos monólogos
⭐ Avaliação: 3,5 estrelas