O 'Azul Instantâneo' é um livro sem regras que se lê como se quiser
Este é um livro completamente diferente do que estou habituada a ler. Não só porque não tem um género literário específico, como graficamente é também ele distinto das restantes obras.
É interessante sair da nossa zona de conforto e foi isso que fiz quando o autor, Pedro Vale, gentilmente, me enviou o livro para que eu o pudesse ler e analisar.
Como um figo e atiro a chave ao poço mórbido
Por se tratar de um livro diferente decidi não seguir o padrão das minhas reviews, até porque não seria fácil fazê-lo pois o ‘Azul Instantâneo’ não conta uma história, nem tem personagens.
Mas isto à primeira vista.
in 'Azul Instantâneo'
Porque quando paramos para pensar nos poemas e textos soltos que estamos a ler percebemos que as personagens somos nós e que a história é a nossa (se assim o quisermos entender).
Sim, porque trata-se de um livro composto por reflexões do autor que acabam por nos fazer refletir também.
Liberto a palavra e solto o pulso
Estas reflexões, como o próprio Pedro Vale explica, foram escritas e publicadas na sua página de Facebook entre 2016 e 2017.
Posteriormente, o autor decidiu organizá-las e dar-lhes uma nova cara ao uni-las num livro, numa obra em tudo diferente que não respeita os cânones literários reconhecidos.
in 'Azul Instantâneo'
Não me entendam mal, pois não estou com isto a utilizar um tom pejorativo. Estou antes a dizer que este livro é uma evolução a nível gráfico, uma espécie de modernidade do livro moderno, uma espécie de Livro 2.0.
O rio não corre, só o pensamento
E a leitura destes excertos corre de forma rápida, fluída e até divertida. Mas se quisermos refletir sobre o que estamos a ler e, pior ainda, se quisermos (tentar) entrar na mente do autor, então o caminho torna-se bastante sinuoso, pois – pelo menos eu – na maioria dos desabafos não consegui alcançar a mensagem subjacente.
in 'Azul Instantâneo'