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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Livro na mão ou letras num ecrã?

Book Stories, 21.10.20

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📸Perfecto_Capucine por Pixabay

 

Quando começaram a surgir os e-books muito se disse sobre o inevitável e gradual desaparecimento dos livros físicos. Muitos foram os que acreditaram que a revolução tecnológica iria ser, automaticamente, acompanhada por uma revolta cultural e de hábitos.

Mas será que foi assim?

Claramente que não. Poucas são as pessoas que conheço que preferem ler em formato digital e, destas, a maioria confessou-me que só o faz por uma questão financeira, pois os e-books são mais baratos do que os livros físicos.

Eu, pessoalmente, não gosto nada de ler em formato digital. Primeiro, cansa-me a vista e, depois, tira a magia à leitura – não sentimos o peso do livro na mão, não temos noção exata do número de páginas, não sentimos o cheiro a folhas impressas e não podemos colecionar orgulhosamente (como é o meu caso) todos os livros que lemos numa (em muitas na verdade) prateleira.

Ler a versão física tem ainda a vantagem que não ficamos dependentes de o aparelho que nos permite a leitura ter bateria ou não. E vamos ser honestos: quem é que irá partir o vidro de um carro para roubar um simples livro?

Porém, e corrijam-me os que preferem os e-books, se deixarmos o aparelho eletrónico à vista no carro é mais de meio caminho andado para um vidro partido e consequente assalto.

Além de que se o deixarmos cair é, pelo menos, um ecrã partido na certa.

 

Halloween 2020 | Livros de Arrepiar - Billboard 1

Os e-books também têm vantagens, claro. E eu, que nunca li neste formato digital, acredito que o maior (e único, na minha opinião) é o preço. Ainda assim, podemos contornar esta questão aproveitando as promoções que as editoras e distribuidoras de livros fazem, bem como as Feiras do Livro e outras feirinhas locais nas quais é possível comprar livros físicos a preços bastante reduzidos (e aqui falo por experiência própria).

Os dados mais recentes revelam que em 2018 foram comprados 11,7 milhões de livros em Portugal, o que, à primeira vista, pode parecer muito. Mas se pararmos para pensar que somos mais de 10 milhões de cidadãos a viver em território nacional, então percebemos que os hábitos de leitura ainda estão longe do desejável.

Os referidos dados mostram, assim, que em média, cada português compra pouco mais de um livro por ano e que apenas 40% leem, pelo menos, um livro em 12 meses.

Isto significa que algo tem de mudar para que sejam criados hábitos de leitura desde muito cedo e penso que é aqui que os e-books poderão ter um papel importante que lhes permita, também, crescer – a venda de livros digitais representa apenas 1% do mercado português.

Todos sabemos que a geração mais nova usa o formato tecnológico para tudo. Às vezes tenho a sensação que se lhes tirarmos o telemóvel até deixam de saber como é que se chamam!!! Aproveitando esta dependência, o mercado e até as escolas deveriam organizar-se no sentido de incutir o gosto pela leitura em todos os estudantes, uma responsabilidade, claro, que também é das famílias – e se ao invés de todos os anos no Natal oferecerem um jogo para a Playstation optarem por oferecer um e-book?

Isto é apenas uma reflexão minha com a qual muitos de vós não concordarão ou se calhar até sim!

Eu acredito que o importante é ler: ler muito, ler diferentes géneros e diferentes autores. O importante é cultivarmos a mente (e a alma).

Se o fazemos da forma tradicional ou optamos pela forma tecnológica é indiferente. Acredito que há espaço no mercado para as duas versões.

Por mim, continuarei a comprar livros físicos, porque o meu sonho é ter uma biblioteca particular!