Já não se escrevem cartas de amor
Mais um livro comprado graças à quarentena. Li-o em três ou quatro dias, ou melhor, em três ou quatro serões depois do jantar.
É daqueles livros que te faz querer ler mais e mais, sendo muito difícil parar porque queres sempre saber o que vai acontecer a seguir.
O narrador, que é também a personagem principal, recorda nostálgico a sua juventude passada nos anos 50.
Começamos no tempo presente, com o Duarte dos dias de hoje. A afilhada vai tratando dele, enquanto aguarda o regresso do amor da sua vida a casa.
Logo viajamos até aos anos 50, a uma Lisboa de idas ao cinema e às boîtes e de “chás dançantes”; a uma Lisboa de que já há poucas memórias vivas e de que poucos livros se debruçam.
Este livro fez-me pensar que Portugal tem uma história recente tão rica e que, mesmo assim, é tão subaproveitada. Não há muitos autores que nos façam viajar ao Estado Novo de forma romanceada, mostrando-nos como era o país naquela época através de personagens fictícias com uma grande dose de realidade.
A escrita é muito simples, divertida, bem-humorada e por vezes presenteia-nos com expressões da época. A narrativa é envolvente. A história é deliciosa e a determinado momento damos por nós a pensar quem é a final o amor da vida do Duarte que, em dia de tempestade, teima em demorar no regresso a casa, deixando-o preocupado.
Passei o livro todo a tentar descobrir quem era afinal ‘A’ mulher e quando soube - nas últimas duas linhas do livro - as lágrimas nublaram-me a visão.
Como adorei este livro ♥️
☝️ Pontos positivos: A escrita é simples - apesar de usar termos próprios da década de 50 - e fluída. Tem sentimento e humor
👇 Pontos negativos: Não encontrei
⭐ Avaliação: 4,5 estrelas (em 5)
✍🏻 Passagem do livro:
"A vida não passa de um entretanto"