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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Elegância e delicadeza em 'Sensibilidade e Bom Senso'

Book Stories, 11.02.21

Castanhos Quentes Citação Inspiradora Outono PosA minha edição de 'Sensibilidade e Bom Senso' é da Editorial Presença e foi publicada em maio de 2015

 

Já há muito tempo que tinha Jane Austen na minha lista de clássicos para ler.

Na última Feira do Livro de Lisboa aproveitei as promoções e comprei o ‘Sensibilidade e Bom Senso’ e o ‘Orgulho e Preconceito’ e, felizmente, estou muito satisfeita com ambas as aquisições.

‘Sensibilidade e Bom Senso’ é um livro extraordinariamente bem escrito. A delicadeza e elegância da autora a descrever todo o tipo de pessoas e situações é magnífica e a história é, simplesmente, deliciosa.

 

Personagens

Como personagens principais temos duas irmãs: Elinor e Marianne. As duas jovens, que não sendo propriamente abastadas vivem com relativa tranquilidade financeira, são totalmente diferentes uma da outra.

Uma é sensível e emocional, a outra é sensata e responsável.

Enquanto uma vive os seus sentimentos com paixão, fazendo questão de os não esconder, nem mesmo para evitar situações desagradáveis à vista da alta sociedade, a outra vive as suas emoções disfarçadamente, guardando-as para si, tal como os seus pensamentos.

Quão diferentes são as duas irmãs e quão completa se torna a sua relação depois de alguns dissabores.

Destaque também para as personagens masculinas à volta das quais gira a vida das duas irmãs. Edward é um jovem pacato, tímido e inseguro; Willoughby é aventureiro e emocional. Há ainda o Coronel Brandon, cerca de 10 anos mais velho do que as personagens anteriores, que é um homem com uma história de vida sofrida e que continua a sofrer em silêncio o amor que nutre por Marianne.

 

A história

A leitura deste livro foi muito tranquila. Com isto quero dizer que não senti necessidade de ler com rapidez, pois a escrita é deliciosa, o que me levou a saborear cada detalhe, cada movimento, cada sentimento das personagens. No geral não é uma leitura sofrida no aspeto em que não nos faz querer ler mais e mais devido à ansiedade que a história nos provoca – embora tenha havido dois momentos em que tive de continuar a ler porque não conseguia parar sem saber o que ia acontecer.

‘Sensibilidade e Bom Senso’ é um retrato muito bem conseguido da sociedade inglesa do início do século XIX.

Às mulheres – estamos a falar da alta sociedade – cabe apenas a função de gerir uma casa e a família e, no caso das solteiras, de se fazerem ver e conhecer em bailes e jantares para que encontrem o futuro marido. Na ausência destes eventos, as jovens dedicam o seu tempo a ler, a tocar piano ou a bordar.

As irmãs Dashwood, que são filhas do segundo casamento do Mr. Dashwood, veem-se obrigadas, juntamente com a mãe e a irmã mais nova, a saírem de sua casa após a morte do pai, pois a propriedade – tal como ditava a sociedade da época – foi herdada pelo único filho varão fruto do primeiro casamento.

Elinor, Marianne, a mãe e a irmã mais nova mudam-se para uma casa mais modesta e mais longínqua, mas mesmo na adversidade conseguiram reerguer-se sem a ajuda de ninguém, o que mostra como as mulheres são um ser maravilhoso e cheio de força e, mais importante, sempre o foram, pese embora nunca tal lhes tenha sido reconhecido nos séculos anteriores.

Com o avançar da história a razão de Elinor e a emoção de Marianne parecem levá-las em sentidos opostos, mas em determinado momento da ação as duas vão ‘reencontrar-se’ num equilíbrio emocional e racional muito interessante.

📖

☝️ Pontos Positivos: A escrita elegante, as descrições detalhadas

👇 Pontos Negativos: O final de Marianne foi bastante previsível

⭐ Avaliação: 4,5 estrelas

 

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