‘A Morte do Papa’: O Papa morreu, mas o interesse em Nepomuceno renasceu
Da autoria de Nuno Nepomuceno – autor de ‘Célula Adormecida’, ‘Pecados Santos’ e ‘A Última Ceia’ – ‘A Morte do Papa’ foi publicada em Janeiro deste ano pela Cultura Editora.
Sinopse:
Uma freira e dois cardeais encontram o corpo sem vida do Papa sentado na cama, com as mangas da roupa destruídas, os óculos no rosto e um livro nas mãos. O mundo reage com choque, sobretudo, quando Pedro, um delator em parte incerta, regressa à ribalta e contraria a versão oficial. Porém, tudo muda quando imagens de um escritor famoso vêm à tona, colocando-o na cena do crime.
Enquanto as dúvidas se instalam, um jornalista dedica-se à investigação do desaparecimento de uma adolescente. Mas eis que um recado é deixado na redação da Radio Vaticana. Com a ajuda de um professor universitário e da sua intrépida esposa, os três lançam-se numa demanda chocante pela verdade. O corpo da jovem está no local para onde aponta o anjo.
Pleno de reviravoltas e volte-faces surpreendentes, intimista e apaixonante, inspirado em factos reais, A Morte do Papa conduz-nos até um dos maiores mistérios da história da Igreja Católica, a morte de João Paulo I. Tendo como base os cenários únicos da Cidade do Vaticano, este é um thriller religioso arrebatador, de leitura compulsiva, e igualmente uma incursão perturbadora num mundo onde a ambição humana desafia o poder de Deus.
Opinião:
Como já sabem pelas anteriores reviews adorei ‘Pecados Santos’, mas ‘A Última Ceia’ ficou aquém do que eu esperava.
Iniciei ‘A Morte do Papa’ a medo, pois tinha receio de me desencantar de vez com o autor, o que seria uma verdadeira pena, uma vez que gosto muito do professor Catalão e não queria nada ter de deixar de acompanhar as suas aventuras.
Para meu deleite não foi isso que aconteceu, pese embora não tenha ultrapassado, no meu entender, o ‘Pecados Santos’.
Quando o Papa morre acontece uma série de situações que lançam suspeitas para diversas personagens. Os dados estão lançados e agora é esperar que os acontecimentos levem ao culpado.
Ao mesmo tempo é-nos apresentada a história da Gabriela que todos julgam ter morrido há 15 anos.
A ideia é muito interessante: duas histórias paralelas a decorrer em simultâneo tendo o mesmo local, o Vaticano, como pano de fundo e dois jornalistas – um deles a mulher do professor Catalão – a investigar ambos os casos.
Novamente, a mesma crítica: demasiadas personagens. O prostituto não precisava de ter capítulos próprios. Bastava o narrador contar como é que ele tinha chegado a Roma, o que fazia e como o fazia. Em certa medida eu compreendo o porquê (não posso explicar para não fazer spoiler), mas a verdade é que atrapalha um pouco a leitura.
Achei interessante o facto de a Diana ter tido mais destaque neste livro do que o próprio Afonso, mas ainda assim preferia ter páginas e páginas sobre o professor Catalão (preferências).
Já a forma como termina a conversa entre ele e o seu contacto nos serviços secretos deixou-me curiosa para saber o que aí vem (espero que venham mais livros com o Afonso).
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☝️ Pontos Positivos: Colocar o dedo na ferida de alguns podres do Vaticano, como a prostituição, a avareza, os interesses, as mortes suspeitas, o pouco amor a Deus e ao próximo
👇 Pontos Negativos: Capítulos desnecessários
⭐ Avaliação: 4 estrelas