‘A Dama Roubada’ é uma perda de tempo!
É muito raro comprar um livro acabadinho de chegar às livrarias, exceto se for uma obra que esteja à espera que seja publicada.
Mas andava nas lides do Instagram e vi um trailer que me chamou a atenção por misturar Segunda Guerra Mundial e Leonardo da Vinci.
Imediatamente encomendei ‘A Dama Roubada’, de Laura Morelli, cheia de entusiasmo por ler, afinal juntava dois assuntos que adoro.
Só que não!
Não adorei o livro e, para ser honesta, pouco gostei. Mas vamos por partes.
A autora teve uma ideia interessante que foi contar três histórias que de alguma forma se misturavam, mas a sua execução não foi a melhor.
Temos Anne, Bellina e Leonardo Da Vinci. O que une estás três personagens é La Gioconde, mais conhecida por Mona Lisa.
Bellina é a ama e a criada de uma vida de Lisa; Leonardo da Vinci é contratado para fazer o retrato pintado de Lisa e Anne (que vive no século XX durante a Segunda Guerra Mundial) tem a missão de proteger o quadro da Mona Lisa dos nazis que invadiram Paris.
Vamos acompanhando a história destas três personagens na primeira pessoa pois são os narradores dos seus próprios capítulos.
Anne é uma personagem que tinha todos os ingredientes para ser espetacular. Só que não! É uma jovem que é datilógrafa no Museu do Louvre. Está aborrecida porque, por uma razão que a autora não conta, se chateou com Emile (que não se percebe quem é); porque a mãe sempre trocou a família por cigarros e danças nos cabarets parisienses; porque sempre teve de tomar conta do irmão mais novo e vive uma vida sem graça e sem futuro aparente. Mas de repente transforma-se numa heroína que protege as obras de arte retiradas do Louvre, aprendendo, inclusive a disparar armas de fogo e a matar nazis!
Os capítulos sobre Anne contam como ela e os outros funcionários do museu parisiense se mudaram de castelo em castelo por França para proteger as obras de arte. Mas mesmo isto é aborrecido. Depois conhece um belo italiano por quem se sente atraída, mas ele é obrigado a deixar a comitiva do Louvre. Nova mudança de castelo, Anne conhece outro jovem – este da Resistência Francesa – por quem também se sente atraída. Entretanto, a guerra acaba e ela regressa a Paris. C’est ça.
A história de Bellina também tinha tudo para ser interessantíssima, mas, mais uma vez, só que não. Há um momento em que achamos que a personagem se vai transformar, evoluindo, mas dá um passo atrás e tudo fica na mesma.
E quanto a Leonardo da Vinci… um verdadeiro desperdício de capítulos, pois o que a autora retrata não acrescenta em nada à história e podia até ser contado através de Bellina.
Os ingredientes estavam todos lá, mas a autora não os conseguiu cozinhar da forma adequada. É realmente uma pena, pois a história podia ser cativante e interessante, mas é apenas chata e aborrecida.
Outro pormenor em que considero que a Laura Moreli falhou redondamente foi no subtítulo: “todos escondemos algo”.
Ora bem, li o livro todo e não sei que segredos as personagens escondem ou se calhar esconderam-nos tão bem que nem dei por eles. E o título… também não se encaixa na história e não, não é uma questão da tradução para o português porque fui ver o título original.
Enfim, não recomendo a leitura.
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