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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Como o altruísmo pode trazer mais sentido às nossas vidas!

Book Stories, 12.03.23

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"Se achas que o altruísmo é só para os santinhos ou aspirantes a Madre Teresa de Calcutá, deixa-me dizer-te já duas coisas: primeiro, estás completamente enganado e, segundo, nem imaginas o que andas a perder. O altruísmo não só faz bem aos outros como também é muitíssimo benéfico para quem o pratica".

Quem o afirma é Raul Manarte, psicólogo especialista em crise e catástrofe e uma das maiores referências no país em ativismo e trabalho humanitário, de quem a Contraponto irá publicar a 23 de março o livro 'O Altruísmo não Existe'.

Depois de várias missões humanitárias em países como Moçambique (Cabo Delgado), Grécia (Moria), Ucrânia e Sudão do Sul, Raul Manarte decidiu escrever este guia de ação para voluntariado, trabalho humanitário e ativismo, que ajudará a melhorar o modo como ajudamos os outros.

Um livro que alia a investigação mais recente em psicologia à experiência de anos de intervenção em situações de catástrofe e que mostra como o altruísmo pode trazer mais sentido às nossas vidas. Inclui testemunhos de outros ativistas e trabalhadores humanitários, como Catarina Furtado, apresentadora e fundadora da associação Corações com Coroa, o repórter de guerra Paulo Moura ou ainda Miguel Duarte, cujo papel no resgate de migrantes no Mediterrâneo lhe valeu um processo do governo italiano.

A sessão de lançamento é no dia 23 de março, às 18h30, na FNAC Norteshopping, e contará com a apresentação da jornalista Vânia Correia, da RTP.

Será inaugurada ainda uma exposição de fotografia intitulada 'Às Escuras', no âmbito das missões humanitárias realizadas por Raul Manarte.

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Cinco livros de autoras portuguesas que todos deviam ler

Book Stories, 11.03.23

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Nunca é demais ler em português e hoje trago-vos cinco livros de autoras portuguesas que merecem ser lidos.

Por um lado, pelas histórias que contam que são, todas elas, diferentes e, por outro lado, porque devemos ajudar a literatura nacional lendo o que é escrito em português.

E uma vez que estamos no mês de março, optei por sugerir cinco autoras, uma vez que ainda há poucos dias celebrámos o Dia da Mulher.

 

📖 A Terceira Índia – Este é o romance de estreia de Íris Bravo, médica ginecologista e obstetra que, há mais de uma década, trabalha com infertilidade e procriação medicamente assistida. Tantos anos a acompanhar as histórias de milhares de mulheres que não conseguem engravidar levaram Ísis a escrever este livro que conta a história de Sofia, uma jovem de 32 anos, casada e que não consegue engravidar. Este é apenas o ponto de partida de uma narrativa que se divide entre Lisboa e Moçambique, entre uma mulher liberal e mais próxima do budismo e um marido conservador profundamente católico, entre um amor incondicional e uma traição. Sofia muda a sua vida por completo e descobre tudo aquilo que é capaz de fazer, inclusivamente, arriscar a sua própria vida depois de conhecer Alex, um homem que é o oposto do seu marido e que a conquista sob o calor de Moçambique.

 

📖 Dos Dois Lados da Barricada – Da autoria de Luísa Luiz-Gomes é dos poucos livros que estão na minha estante e que ainda não li, mas é uma leitura que está para breve porque estou muito curiosa. O livro conta histórias privadas e de intervenção pública de quatro famílias com tradição política - Arons/Barradas de Carvalho, Teotónio Pereira, Pinto Leite e Luiz Gomes (a família da autora) - que superaram dificuldades em períodos de guerra e de revolução, reinventando-se ao longo das décadas. A primeira parte é composta por cinco capítulos: o primeiro serve-nos de apresentação e contextualização destas famílias; o segundo refere-se ao período do Estado Novo; o terceiro conta como estas famílias vivenciaram o dia 25 de Abril de 1974; o quarto refere-se às vivências durante o PREC; e o quinto aos primeiros tempos da democracia. Já a segunda parte tem apenas dois capítulos: uma lição de pluralismo e uma sociedade em mudança. Do que já folheei parece-me uma obra demasiado biográfica, o que, contudo, não lhe retira a capacidade de transmitir informação histórica.

 

📖 A Noite Passada – Alice Brito, tendo Lisboa como ponto de partida, conta-nos a história de uma jovem, Amélia, de famílias respeitáveis, que põe o futuro e a honra a perder quando se deita com um agente da PIDE que, apesar dos seus modos delicados e linguagem sedutora, é capaz das maiores crueldades. Com uma escrita fluída, que nos faz lembrar a série da RTP, ‘Conta-me Como Foi’, Alice Brito traça um retrato da sociedade do regime de Salazar, desde os preconceitos, à perseguição da PIDE, às modas e, claro, ao grande sonho de liberdade da sociedade da época. Alice Brito é também a autora de ‘As Mulheres da Fonte Nova’ e ‘O dia em que Estaline encontrou Picasso na biblioteca’.

 

📖 Tudo o Que Sempre Quis – Este, que é o livro de estreia da jovem escritora Ana Rita Correia, foi uma agradável surpresa. Se por um lado há críticas menos positivas a fazer a esta história, por outro lado, há também muitas construtivas a fazer a uma jovem autora que se arriscou a lançar um livro quando, e infelizmente, a sociedade ainda vive muito dos grandes autores, não dando a oportunidade a novos escritores para que possam, também eles, tornarem-se em grandes nomes da literatura. Sobre a história do livro, trata-se daquele romance cliché que acaba bem, mas que ainda assim tem várias ramificações complexas que só pecam por estarem subdesenvolvidas, o que, em certa medida, se justifica pela inexperiência da autora. Ainda assim, vale a pena. Vale sempre a pena ler novos autores!

 

📖 ‘Todos os dias são meus - Este livro, de Ana Saragoça, lê-se num instante, em pouco mais de uma hora. É divertido, tem humor e uma escrita que intervala entre o simples e o cuidado. É também um retrato quase real da sociedade e das várias personalidades que a compõem. Aliás, é um retrato quase fidedigno do que é viver num prédio com poucas pessoas. Ao mesmo tempo que vamos conhecendo os moradores do prédio onde ocorre o crime, vamos conhecendo a própria vítima, descobrindo as razões que a transformaram na pessoa solitária que nos é dada a conhecer. Mais do que uma caricatura de alguns aspetos da sociedade, este livro é também uma reflexão sobre a solidão, sobre como vivemos rodeados de pessoas e, no entanto, tão sozinhos.

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'A Cortina de Ferro' é um livro para conhecer os males do comunismo

Book Stories, 10.03.23

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No final da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética controlava um vastíssimo território na Europa de Leste. Estaline e a sua polícia secreta estavam determinados em transformar doze países radicalmente diferentes num novo sistema político e moral: o comunismo.

Anne Applebaum (vencedora do Prémio Pulitzer com Gulag) apresenta, em 'A Cortina de Ferro', o trabalho definitivo sobre como surgiu a Cortina de Ferro e como era a vida do outro lado.

Anne Applebaum descreve em pormenor o modo como os partidos políticos, a Igreja, os meios de comunicação, as organizações juvenis, em suma, todas as instituições da sociedade civil foram rapidamente desmanteladas.

Explica como a polícia secreta foi organizada e como todas as formas de oposição foram atacadas e destruídas. Como resultado, num período de tempo surpreendentemente curto, a Europa de Leste foi completamente estalinizada.

Recorrendo a documentos que estiveram inacessíveis por muito tempo e a fontes desconhecidas no Ocidente, Anne Applebaum segue as táticas comunistas a caminho do poder, as ameaças, os abusos e os assassínios. Conta ainda histórias individuais para mostrar as opções que foram apresentadas aos intervenientes: lutar, fugir ou colaborar.

A 'Cortina de Ferro' constitui uma espantosa história de um período brutal e uma lembrança preocupante de quão vulneráveis são as sociedades livres.

 

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De bruxa a Santa Padroeira. Vamos conhecer a história de Joana d'Arc

Book Stories, 09.03.23

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Joana d’Arc, a história da donzela de Orleães’, da autoria de Helen Castor, tem a particularidade de ter sido o primeiro livro não técnico que li em espanhol.

Comprei esta obra numa livraria lindíssima de Madrid e não me arrependi nada, pois está escrito num espanhol bastante simples de compreender. Porém, não posso dizer que tenha sido um livro que me cativou particularmente.

A determinado momento, a leitura tornou-se cansativa por ter demasiados detalhes históricos, especialmente relativos à história de França e Inglaterra e à Guerra dos Cem Anos. Talvez o erro tivesse sido meu, pois quando comprei o livro não me apercebi que seria uma obra tão histórica e biográfica.

No entanto, foi uma leitura interessante porque eu pouco ou nada sabia acerca desta personagem e fiquei a conhecer um pouco melhor esta jovem donzela que teve uma coragem que poucas pessoas, especialmente mulheres no século XV, tiveram.

Joana cresceu durante a Guerra dos Cem Anos que opôs a França a Inglaterra, e, a determinado momento, a jovem começou a ouvir vozes e a ter visões sobre o futuro da França.

Segundo disse a própria durante o seu julgamento, nas suas visões apareceram o Arcanjo Gabriel, a Santa Catarina de Alexandria e a Santa Margarida de Antioquia que lhe disseram que a sua missão era a de se juntar ao exército francês para ajudar o rei Carlos VII a derrotar os ingleses e os borgonheses na luta pela coroa francesa.

Graças à sua coragem e insistência, e também por ter conquistado o apoio popular para a sua missão, Joana, que tinha apenas 16 anos, acabou por chegar à fala direta com o rei Carlos VII.

De referir que, antes de o rei confiar plenamente nas suas palavras, Joana foi submetida a um interrogatório levado a cabo por elementos do clero, mas também teve de fazer um exame físico a comprovar a sua virgindade, até porque ela própria fazia brio da sua virgindade.

A jovem cortou o cabelo, vestiu-se de homem e seguiu para a frente de batalha, tendo alcançado importantes vitórias bélicas apenas com o uso da palavra, sem nunca ter ferido ou tirado a vida a alguém e cumpriu com a promessa que tinha feito a Carlos VII: a sua coroação na cidade de Reims.

O exército francês acabou por ser capturado, inclusive Joana d’Arc, a caminho de Paris.

Como aconteceu a tantas outras pessoas naquela época que disseram ter visões e falado com Deus, Joana acabou por ser acusada de heresia e bruxaria.

O seu julgamento foi longo e apesar de ter sido interrogada dezenas de vezes, com o propósito de ‘confessar os seus pecados’, a jovem manteve a sua palavra até ao fim, garantindo apenas servir a Deus e ter feito o que Deus lhe pediu – o que não era o que os membros do clero que a interrogaram queriam ouvir.

Joana acabou por ser condenada por heresia e bruxaria e morreu queimada, em praça pública, como era hábito naquela altura.

Já no século XX, e depois de Napoleão Bonaparte ter determinado que Joana era o símbolo de França, a jovem foi beatificada e, em 1920, canonizada, sendo agora a Santa Padroeira de França.

 

detalhes sobre a forma de estar na vida e de pensar de Joana

detalhes muito maçadores de história

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Três mulheres que a história imortalizou. Três livros que deve ler no Dia da Mulher

Book Stories, 08.03.23

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Muitas mulheres houve ao longo da história que tiveram um papel importante no decurso da vida política, no desenvolvimento de um país e na vida em sociedade.

Seriam precisas centenas de páginas para contar a história de todas e de cada uma delas de tão importantes que foram.

No entanto, para aguçar a curiosidade deixo-vos com três livros que contam a história de três mulheres com quem simpatizo particularmente por aquilo que foram, por aquilo que quiseram ser e por aquilo que não puderam ser!

 

📖 ‘D. Maria II’, da autora portuguesa Isabel Stilwell, é uma obra fantástica. Não só nos dá a conhecer o contexto histórico em que D. Maria nasceu, cresceu, reinou e morreu, como nos dá um belo vislumbre do que sente uma menina que nasceu para ser rainha, mas que perdeu a mãe muito nova e desde cedo se viu envolvida em negócios e interesses políticos e traições. D. Maria II, rainha de Portugal, nasceu no Brasil e ainda menina atravessou o Oceano Atlântico para assumir a coroa portuguesa depois de o seu pai, D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil, ter abdicado do trono em seu favor. D. Maria esteve prometida ao seu tio, mas o enlace não se concretizou. Casou e enviuvou em apenas dois meses, acabando por casar em segundas núpcias com aquele que viria a ser o rei-consorte, D. Fernando, tendo um total de 11 filhos (quatro nasceram sem vida). Morreu com 34 anos, ao dar à luz o seu 11º filho, tendo deixado um legado na Educação em Portugal.

 

📖 ‘Madre Paula’ foi uma das poucas religiosas cujo nome ecoa apesar das centenas de anos que já passaram da sua morte. Paula entrou para o Convento de Odivelas ainda jovem porque o pai não a conseguia sustentar. Contra a sua vontade, Paula foi obrigada a fazer os votos de castidade e pobreza, mas, ironicamente, não cumpriu nenhum dos dois mesmo vivendo no convento. Além de freira, Paula foi, acima de tudo – e é por isso que é hoje conhecida – o grande amor do rei D. João V de Portugal. Durante mais de uma década, o rei manteve-a no convento como sua amante, dando-lhe roupas, joias e transformando os seus aposentos modestos em principescos. Da relação nasceu um menino, D. José de Bragança, que se viria a tornar Inquisidor Geral. D. João V nunca escondeu da corte – e da rainha – a sua preferência e o seu amor por Paula em quem tinha, mais do que uma amante, uma confidente e conselheira. A história, que já deu origem a uma série da RTP, é-nos contada em livro pela autora Patrícia Müller.

📖 ‘A Mulher de Einstein’, de Marie Benedict, conta-nos a história de Mileva Maric, a primeira mulher do famoso Albert Einstein. O casal conheceu-se numa universidade de Zurique em 1896 quando estudavam Física. Mileva era a única mulher do curso, mas isso não a impediu de ser uma aluna brilhante. Mileva e Albert casaram e tiveram três filhos e, apesar das dificuldades que teve de enfrentar, Mileva nunca deixou de pensar Física e, inclusivamente, ajudou o marido a investigar e a construir a teoria da relatividade. Infelizmente, Mileva não conseguiu acabar o curso devido aos seus afazeres domésticos e, por essa razão, o seu nome não consta no grande artigo científico que catapultou Einstein para a fama. Este, por seu lado, ficou com todos os louros de um trabalho que não foi só seu, algo que nunca o incomodou.

 

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Quatro idosos detetives em 'O Mistério da Bala Perdida'

Book Stories, 07.03.23

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O autor bestseller Richard Osman, responsável pelos sucessos 'O Clube do Crime das Quintas-Feiras' e o 'Homem Que Morreu Duas Vezes', chega hoje às livrarias portuguesas com um novo êxito: chama-se 'O Mistério da Bala Perdida' e traz novas aventuras dos detetives de 'O Clube do Crime das Quintas-Feiras' . 

Mais uma quinta-feira como tantas outras, mas já sabemos que os problemas nunca ficam muito longe dos nossos detetives de 'O Clube do Crime das Quintas-Feiras'.

Desta vez os quatro idosos debruçam-se sobre um caso arquivado ocorrido uma década antes: o assassinato de uma famosa jornalista do noticiário local, cuja investigação não encontrou nem o corpo, nem respostas.

No entretanto, Elisabeth está a ser chantageada por um inimigo misterioso: ou mata um velho desconhecido ou é ela que acaba morta. Enquanto Elisabeth lida com a sua consciência (e uma pistola), Joyce, Ron e Ibrahim tentam resolver o misterioso homicídio, com a ajuda de velhos e novos amigos. Mas conseguirá o quarteto de detetives resolver o caso e salvar Elisabeth, antes que o assassino volte a atacar?

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'As Mulherzinhas' é uma deliciosa história de família

Book Stories, 06.03.23

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Mais um clássico lido, mais um objetivo cumprido.

Se adorei o livro? Não! Mas não o detestei.

Louisa May Alcott conta-nos em 'Mulherzinhas' a história de quatro irmãs com personalidades muito distintas umas das outras.

Na verdade, a autora conta-nos um pouco a história da sua própria família, sendo a personagem Josephine, que todos tratam carinhosamente por Jo, um alter ego da própria Louisa May Alcott.

A história decorre no espaço de cerca de um ano. As quatro irmãs vivenciam vários episódios – alguns divertidos, outros dramáticos – ao longo desse ano em que o pai se alista para a Guerra Civil Americana, uma decisão que afeta bastante a família pois no século XIX era o homem que providenciava o sustento da casa.

A matriarca, a Mrs. March, é uma pessoa sensata e doce, mas também assertiva no que à educação das filhas diz respeito. Em todos os episódios vivenciados, a mãe ensina-lhes sempre uma lição de vida. Por norma os sermões são o suficiente para que as filhas se sintam mal para com as suas atitudes e reflitam sobre as mesmas, mas às vezes, como também acontece na vida real, são necessários castigos para que as mulherzinhas percebam a gravidade dos seus atos.

Este livro, na verdade, lembra-me um pouco outro clássico, ‘As Meninas Exemplares’, da autoria da Condessa de Ségur. A história é relativamente parecida, o foco é a educação de jovens meninas e as lições de vida que estas aprendem.

Aliás, a beleza desta obra é ver como os acontecimentos permitem às irmãs crescer, amadurecer e contrariar alguns dos seus principais defeitos.

Personagens

A minha personagem preferida é a Jo. É uma menina de 15/16 anos que preferia ser rapaz, pois é irreverente e aventureira demais para o que é suposto esperar-se de uma menina desta idade no século XIX. Tem sangue na guelra e muitas vezes diz coisas sem pensar, acabando por se penitenciar pelos problemas que causa com a sua forma de ser tão direta. Adora todas as suas irmãs, mas tem um amor maior pela irmã mais velha Meg e, por isso, sofre quando esta atinge a maturidade sentimental.

Meg, a mais velha, é, como seria de esperar, a que toma conta das restantes irmãs, sempre com uma postura bastante maternal. Tem um grande fascínio pela alta sociedade, pelos vestidos de cetim e as festas extravagantes até participar num desses eventos.

Beth é a mais tímida. Prefere estar só com o seu piano do que socializar com as pessoas que não conhece. Passará momentos de verdadeira provação quando adoecer, uma situação que ajudará também as suas irmãs a crescer emocionalmente.

Por fim, a mais nova é a Amy que quer casar com um homem rico para não ter outras preocupações na vida que não sejam a sua querida arte de pintar. E, no entanto, será a única a escrever um testamento, na sequência de um momento que lhe deixou marcas profundas e alterou uma parte importante da sua personalidade.

 

a facilidade da leitura, os momentos divertidos que a história proporciona

momentos em que a narradora diz que não descreverá determinada situação para “ficar à imaginação do leitor”

3,7 estrelas

 

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'Pássaros Feridos', de Colleen McCullough, regressa numa nova edição

Book Stories, 03.03.23

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Está de regresso às livrarias, numa nova edição, 'Pássaros Feridos', de Colleen McCullough.

Bestseller internacional, dotado de uma enorme sensibilidade literária, 'Pássaros Feridos' traça a vida dos membros da família Cleary ao longo de três gerações, desde que partem da Nova Zelândia para a Austrália em busca de uma vida melhor.

De 1915 a 1969, os membros desta família vão experimentar a alegria e enfrentar a tragédia, pois a primeira não pode existir sem a segunda. Um romance que foi e continua a ser um verdadeiro fenómeno e que alcançou a categoria dos clássicos.

Sinopse

A história dos Cleary começa no início do século XX, prolonga-se por quase sessenta anos e decorre no grandioso cenário natural, quase selvagem, do interior da Austrália. É aqui que três gerações desta família vão experimentar a alegria e enfrentar a tragédia, em vidas que vão ganhando contornos numa terra dura, mas de grande beleza.

Um épico de luta e sacrifício, uma celebração da liberdade que cada um tem a coragem de escolher para si, 'Pássaros Feridos' é acima de tudo uma história de amor memorável — a história de Meggie e do padre Ralph —, um amor que se estende por uma vida inteira e sobre o qual paira, inexorável, o sentido da justiça divina.

Personagens inesquecíveis que vão ao encontro do destino como os pássaros da lenda australiana, que procuram os espinhos com os quais se entregam à morte, num romance que foi e continua a ser um verdadeiro fenómeno e que alcançou a categoria dos clássicos.

 

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Com 'A Biblioteca de Estaline' ficará a conhecer melhor o sanguinário ditador russo

Book Stories, 02.03.23

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Chega hoje às livrarias nacionais 'A Biblioteca de Estaline', uma obra que nos ajuda a compreender melhor quem era e como pensava Josef Stalin, mais conhecido apenas por Estaline.

Um dos mais sanguinários ditadores do século XX não tinha diários, não escreveu memórias, mas era detentor de uma considerável coleção de livros.

Os milhares de livros que reuniu estão profusamente anotados. Talvez essas notas não desvendem a alma do tirano sanguinário, mas revelam o modo como viu o mundo.

Quando se assinalam os 70 anos da morte de Estaline, esta obra publicada em Portugal pela Livros Zigurate, permite ao leitor mergulhar na mente de um dos mais maldosos tiranos do século XX.

O legado de Estaline caiu em desgraça com a ascensão ao poder de Kruschev. Nessa altura os milhares de livros que Estaline leu e anotou metodicamente foram dispersos por várias bibliotecas.

Descoberto e reunido no período pós-soviético, esse acervo veio a revelar-se o melhor meio para se ter acesso à vida interior do ditador - a chave para a personalidade que fez do seu regime algo de tão monstruoso.

É na sua biblioteca pessoal, na forma como ele leu, assinalou e anotou os seus livros, que conseguimos chegar verdadeiramente perto do Estaline espontâneo - o intelectual imerso nos seus próprios pensamentos.

 

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Arranca hoje o meu Mês das Mulheres e a convidada especial é Agatha Christie

Book Stories, 01.03.23

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Porque se assinala, neste mês de Março, o Dia Internacional da Mulher, resolvi escrever apenas sobre mulheres e para mulheres.

Todo este mês vai ser dedicado a livros escritos por mulheres ou que contam a história de mulheres, desde a mais desconhecida e ficcional, à mais histórica e real.

Por isso, hoje trago-vos a review de um livro escrito por uma mulher que conta a história de três mulheres! Que bela forma de dar início ao mês da mulher aqui no Bookstories.

Toda a gente já ouviu falar de Agatha Christie, a Rainha do Crime, mas poucos conhecem a sua história de vida.

O que 'A Mulher no Expresso do Oriente', de Lindsay Jayne Ashford, nos traz é uma incursão na vida pós-divórcio da famosa escritora, enquanto nos leva numa maravilhosa viagem de comboio até ao Médio Oriente do início do século XX.

Agatha, Nancy e Katherine são as três mulheres que protagonizam a obra. Três pessoas com vidas completamente diferentes, mas que têm uma coisa em comum: segredos.

Agatha embarca no Expresso do Oriente sob um nome falso para que não a reconheçam. O seu desaparecimento e divórcio fizeram capas de jornais e a escritora quer passar despercebida; Nancy tenta recuperar de um casamento que acabou logo na lua-de-mel devido à traição do marido, tendo acabado por se envolver com outro homem; e Katherine esconde um segredo muito duro que levou, inclusive, à morte do seu primeiro marido.

Sem contarem os seus segredos mais profundos, as três mulheres desenvolvem uma forte ligação de amizade. Sozinhas, a caminho do Médio Oriente, Agatha, Nancy e Katherine tornam-se verdadeiras amigas e acabam por partilhar os seus segredos e ajudarem-se mutuamente, transformando-se nos pilares umas das outras - isto numa época em que o mundo pertencia única e exclusivamente aos homens!

O que este livro tem de interessante é que é baseado em factos reais. Agatha realmente fez aquela viagem pelos motivos que são descritos no livro e realmente conheceu uma das personagens (não posso contar mais para não fazer spoiler).

A Mulher no Expresso do Oriente’, publicada em Portugal com o selo da editora Chá das Cinco, é uma obra sobre a perseverança, a esperança e a força que uma mulher maltratada pela vida tem dentro de si, mesmo sem o saber.

Se gostam de Agatha Christie e têm curiosidade para conhecer melhor a mulher e não a autora, então aconselho vivamente esta leitura.

✅ as maravilhosas descrições das paisagens que se veem durante a viagem no Expresso do Oriente; ficar a conhecer um pouco a Agatha - a mulher, não a autora

❌ o excesso de descrições paisagísticas

⭐ 4

 

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