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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

'Eu, Maria Pia': A história de uma rainha contada por uma duquesa!

Book Stories, 21.03.23

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Eu, Maria Pia’ é uma espécie de diário daquela que, nascida em Itália, foi rainha de Portugal entre 1862 até 1889.

A autora, Diana Cadaval, traz-nos a história da Princesa Maria Pia de Saboia primeira pessoa. Uma história que começa ainda na infância da princesa, quando perde a sua mãe – um episódio que a marcará ao longo da sua vida – e acaba na sua morte.

Com apenas 14 anos casou-se com o rei D. Luís e ficou maravilhada quando chegou a Lisboa e viu a euforia com que os portugueses a receberam.

Também D. Maria se sentia eufórica, não só pela forma como havia sido recebida, mas especialmente porque estava apaixonada pelo marido e o marido por ela. Os primeiros tempos de casamento foram um sonho para a jovem rainha.

Porém, e como muitas vezes aconteceu ao longo da história da monarquia, o rei acabou por se desinteressar pela sua esposa, direcionando a sua atenção para outras mulheres da corte.

Este facto partiu o coração à rainha que via o seu sonho de casamento feliz chegar ao fim.

Criada num ambiente cultural e eclético, D. Maria Pia tentou implementar estas características em Portugal. O Palácio da Ajuda é o melhor exemplo dessa tarefa que assumiu em mãos.

A monarca, desiludida com a vida de casada, aplicou toda a sua mágoa na renovação do Palácio da Ajuda, levando conforto para a família real ao mesmo tempo que o transformava num lugar luxuoso pronto a receber os mais ilustres convidados, fossem nacionais ou internacionais.

Porém – e porque nem tudo são rosas – D. Maria Pia começou a gastar verdadeiras fortunas na decoração do Palácio, mas também com as suas indumentárias que mandava vir de Paris.

Ao mesmo tempo, começava a sentir-se uma forte agitação social, pois o povo passava fome.

Maria Pia, tal como nos mostra o livro, era uma mulher dividida. Se por um lado tinha gostos requintados que custavam balúrdios aos cofres do reino, por outro lado era uma mulher solidária que, várias vezes, distribuiu dinheiro pelos pobres.

Ao ler o livro de Diana Cadaval, a sensação que me dá é que a rainha encontrava nos pobres o perdão para os seus excessos. A monarca, se por um lado sabia a quantidade de dinheiro que gastava, por outro justificava-a com a necessidade de a Casa Real manter o seu bom-nome e imagem junto das monarquias europeias.

A imagem que fica desta rainha – pelos olhos da autora – é que D. Maria era uma mulher desiludida com a vida, por esta não ter corrido como sempre havia sonhado e, por isso, encontrou na decoração, nas joias e nas roupas o seu refúgio que funcionava até como vingança.

Ao gastar o dinheiro do reino, D. Maria Pia vingava-se das traições do marido e da humilhação que estas lhe provocavam e quando sentia o peso do seu comportamento dedicava-se, então, a fazer caridade.

Quer-me parecer que a rainha sofria de dupla personalidade!

Mas havia ainda outra faceta da princesa italiana: era uma mãe muito cuidadosa. Em certo momento da infância dos filhos, D. Maria salvou-os de morrerem afogados, arriscando, para isso, a sua própria vida.

A rainha foi obrigada a sair do país em 1910 devido à implementação da República, isto depois de ver o seu filho e neto, D. Carlos e D. Luís, respetivamente, serem assassinados por republicanos, tendo acabado por morrer aos 64 anos num elevado estado de demência.

Este livro mostra-nos como a rainha terá vivenciado os diversos episódios que a marcaram como jovem, como rainha, como mulher e como mãe.

 

✅ Uma viagem rápida pela vida de uma rainha que conquistou e perdeu os seus súbditos e a quem a vida tirou tudo; escrita simples e leve

❌ Alguma presunção da autora em colocar-se na pele da rainha. Teria gostado mais do livro se fosse escrito na terceira pessoa

⭐ 3

 

Richard Zimler encerra o díptico 'A Aldeia das Almas Desaparecidas'

Book Stories, 20.03.23

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Depois dos desesperados esforços para salvar a avó Flor do Fogo de Santo António que dizimava Salamanca, Isaaque Zarco regressa ao Porto, onde retoma o seu trabalho como assistente de alfaiate e participa ainda mais ativamente nos serviços da sinagoga clandestina da cidade. A pacatez dos seus dias, porém, é interrompida quando, já com dezassete anos, recebe uma carta da filha adotiva de Flor, Sálvia, informando-o de que a velha curandeira foi presa pelo Santo Ofício. Isaaque vê-se então mergulhar num mundo pérfido repleto de traições, que culminam no terrífico auto de fé de Madrid, de 1680. Pior do que tudo, fica a saber que, sob tortura, a velha curandeira denunciou outros dois amigos como judeus secretos. Será ele capaz de os salvar, correndo o risco de ser preso?

Richard Zimler encerra o díptico 'A Aldeia das Almas Desaparecidas' com o volume 'Aquilo que procuramos está sempre à nossa procura'.

A espera dos leitores terminou. Exatamente cinco meses volvidos sobre a publicação de 'A Aldeia das Almas Desaparecidas I – A floresta do avesso', Richard Zimler revela o segundo e último capítulo desta saga histórica a que dedicou tantos anos de investigação. 

A 'Aldeia das Almas Desaparecidas II – Aquilo que procuramos está sempre à nossa procura' é um romance arrebatador, onde coexistem amor, traição, sacrifício e coragem.

Uma narrativa ímpar dos horrores da Inquisição, que eleva o autor ao pódio dos maiores contadores de histórias.

Para o protagonista Isaaque Zarco, agora com dezassete anos, nada voltará a ser igual. A busca de si mesmo, da sua individualidade, da sua fé e do seu lugar no mundo levam-no a entender algo importante: a certeza de que fez tudo o que estava ao seu alcance para honrar a breve vida que lhe foi concedida. 

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 30 de março. Antes disso, a 25 de março, a obra será apresentada em primeira mão numa sessão no âmbito do ciclo Porto de Encontro, a realizar pelas 17h00, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (Porto). 

 

Em www.bertrand.pt

Mitologia chinesa e fantasia regressam em força com o 'Coração do Guerreiro do Sol'

Book Stories, 19.03.23

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A Porto Editora faz chegar às livrarias de todo o país 'Coração do Guerreiro do Sol', o segundo volume da saga de literatura fantástica inspirada na mitologia chinesa da autoria da malaia Sue Lynn Tann – publicada em 20 países, sensação no tik tok e que conquistou milhares de leitores em Portugal.

A sequência de 'Filha da Deusa da Lua' conclui a história épica de Xingyin, filha de Chang’e e Houiy, que saboreia um curtíssimo período de paz ao lado de Liwei, antes de se ver obrigada a abandonar mais uma vez a sua casa, para enfrentar novos desafios. O Reino Celestial corre perigo e Xingyin terá de pedir ajuda ao mais improvável dos guerreiros.

Romance recheado de aventura, nele os leitores acompanham novas escolhas difíceis para a jovem guerreira Xingyin, mergulhada nas incertezas do coração, ao mesmo tempo que luta por salvar o reino que aprendeu a amar.

Uma história inspiradora e de pura aventura, Coração do Guerreiro do Sol promete despertar emoções fortes nos leitores, convidando-os a entrar neste mundo fantástico construído por Sue Lynn Tann, onde a lealdade e a coragem andam sempre de mãos dadas.

 

Em www.bertrand.pt

A crítica em 'Madame Bovary' valeu a Gustave Flaubert idas a tribunal

Book Stories, 18.03.23

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Em ‘Madame Bovary’, de Gustave Flaubert, encontramos uma história de esperança, de expetativas e de uma busca falhada por um amor que só existe nos livros ao mesmo tempo que somos confrontados com a realidade de uma sociedade burguesa do século XIX.

O autor começa por nos apresentar Charles Bovary, um médico que é casado, mas que acaba por se apaixonar pela filha de um seu paciente.

Um ano depois fica viúvo e então decide pedir a jovem Ema em casamento, que logo aceita, sonhando com a vida de casada que leu nos romances de que tanto gostava.

Porém, o casal muda-se para uma zona do interior e logo começam as deceções de Ema, cuja vontade era a de viver numa grande cidade. Esta vontade torna-se ainda mais vincada depois de ter sido convidada, juntamente com o marido, para um baile na mansão de um marquês.

Ema vê então tudo aquilo que quer ter: vestidos, bailes, criados, amigas da alta sociedade. Enfim, a jovem encontra numa realidade que não é a sua aquilo que sempre leu nos livros.

Ema e Charles eram como o dia e a noite: ele muito recatado, ela muito deslumbrada.

Esta é então a primeira crítica feita pelo autor, uma crítica profunda aos valores fúteis da burguesia do século XIX em que tudo o que importava era apenas e somente as aparências. O amor era algo perfeitamente dispensável – pelo menos, à primeira vista. E, no entanto, era com o amor que as jovens mulheres sonhavam.

Face a todo este descontentamento, Ema decide que precisa de emoção e paixão na sua vida, o que a leva a cometer adultério numa busca pelas emoções que tanto leu, mas que nunca vivenciou.

Este livro é um importante marco na literatura da época, pois afasta-se do romantismo e é um dos inauguradores do realismo literário.

As críticas à sociedade, aos valores que eram impostos à luz mas que eram deturpados à sombra, ao papel ditatorial da igreja valeram ao autor idas a tribunal.

Ema é uma mulher sonhadora sempre em busca de mais e mais, o que a leva a perder a pequena fortuna gastando o seu dinheiro e o do marido em futilidades e com os seus amantes.

O final é triste e trágico para ambos que não vão ser capazes de enfrentar, por um lado, as consequências dos seus atos, e, por outro, a cegueira provocada pelo amor e por uma personalidade paciente.

Quem também tem um final infeliz é Berta, a filha do casal.

 

✅ o retrato perfecionista de uma sociedade burguesa do século XIX

❌ descrições demasiado extensas

⭐ 4

 

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'A última coisa que ele me disse', um thriller que vai querer ler de uma só vez

Book Stories, 17.03.23

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"Há tanto para adorar neste romance arrebatador", frisa Reese Witherspoon sobre 'A última coisa que ele me disse', o livro de Laura Dave que a Porto Editora agora publica.

Os números sustentam as palavras: líder, durante mais de 60 semanas, da tabela de bestsellers do The New York Times, este thriller já vendeu mais de dois milhões de exemplares em todo o mundo. Vencedor do Goodreads Choice Awards 2021, na categoria de Mistério & Thriller, em abril será adaptado a minissérie, numa produção protagonizada por Jennifer Garner e Nikolaj Coster-Waldau.

Hannah tinha encontrado junto de Owen a felicidade que sempre lhe havia escapado. Até que o desaparecimento do marido vem pôr tudo em causa, cabendo-lhe reconstruir, peça a peça, o passado deste homem encantador, deste pai magnífico, deste marido exemplar. As pistas para chegar à verdade estão em todo o lado sem nunca terem sido vistas. É então que as conversas, os silêncios, os objetos e, sobretudo, a última palavra ganham novo significado.

"Protege-a" é a única palavra que Owen Michaels escreve no bilhete que deixa à mulher antes de desaparecer. Apesar de confusa e assustada, Hannah sabe bem que o homem que ama e com quem se casou um ano antes está a referir-se a Bailey. Com dezasseis anos, a filha de Owen já perdeu a mãe, de quem nem sequer se lembra, e tem agora uma madrasta que preferia não ter.

À medida que todas as suas desesperadas tentativas de contacto ficam sem resposta e que o cerco das autoridades aperta, Hannah começa a aperceber-se de que o marido não é quem ela pensa. E de que Bailey pode ser a chave para descobrir a verdadeira identidade do pai, assim como o que realmente o levou a desaparecer.

Juntas, Hannah e Bailey procuram descobrir a verdade. Porém, quando começam a juntar as peças do passado de Owen, depressa compreendem que também estão a construir um novo futuro. Um futuro que nenhuma das duas poderia ter antecipado.

 

Em www.bertrand.pt

 

Versos de Jorge Sena sem esperança de revolução

Book Stories, 17.03.23

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O novo título da coleção 'Obras de Jorge de Sena', 'Fidelidade' é o quinto livro de um dos maiores poetas da língua portuguesa

'Fidelidade' (1958), que a Assírio & Alvim agora publica, é o aprofundar de uma matriz poética mais tarde reconhecível, onde as cicatrizes de um descontentamento com a situação do mundo e do país se começam a desenhar.

Sem concessões, Jorge de Sena apõe cada palavra com a precisão do arquiteto, segurando a construção do templo. Este volume conta ainda com prefácio de Nuno Júdice.

O livro já se encontra disponível nas livrarias.

Tudo se partiu
em cacos
nas mãos que tremem
só eu estou inteiro
mas não em mim

De muitas formas podemos interpretar o título 'Fidelidade' deste livro, publicado em 1958, que inclui poemas escritos de 1951 ao ano da publicação. Numa década, a desses anos 50 em que o país ainda vive submerso numa “apagada e vil tristeza”, reflectida em vários momentos que são apresentados logo na 'Epígrafe para a arte de furtar', o poeta inclui, já, ao lado dessa imagem crítica e, podemos dizer, sem esperança de modificação ou, melhor dizendo, de revolução, uma fuga na revisitação de clássicos de vária proveniência que ele glosa e aprofunda ao longo do livro.

 

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'Memória de uma rapariga': Viver as coisas para um dia serem escritas

Book Stories, 16.03.23

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Interrogo-me sobre qual o sentido de uma mulher rever cenas antigas com mais de cinquenta anos, às quais a sua memória não pode acrescentar nada de novo. Que outra crença, a não ser a de que a memória é uma forma de conhecimento? E que outro desejo — que ultrapassa o de compreender — nesta obstinação para encontrar, entre os milhares de nomes, de verbos e adjetivos, aqueles que irão conceder a certeza — a ilusão — de se ter atingido o mais alto grau possível de realidade? Apenas a esperança de que exista, pelo menos, uma gota de similitude entre aquela rapariga, Annie D., e uma outra qualquer.
Annie Ernaux

 

Dando continuidade à publicação da obra da Prémio Nobel Annie Ernaux, Livros do Brasil edita 'Memória de Rapariga'. Um magnífico testemunho sobre crescimento, desejo e vergonha, pelas mãos da mestre da escrita memorialística

Como pôde a filha de um casal de merceeiros de uma pacata localidade tornar-se na mais renomada autora francesa da atualidade? Qual o rastilho que levou uma jovem sem grandes sonhos ou esperanças, sem ambições de produção narrativa, a assumir no papel o tom confessional tão único e que a tantos leitores toca?

Está tudo explicado em 'Memória de Rapariga', o título de Annie Ernaux que a Livros do Brasil agora publica. Foi graças às experiências duras revividas nestas páginas que a autora fez de si um ser literário, "alguém que vive as coisas como se elas existissem para um dia serem escritas".

No presente caso, tal exercício revelou-se longo e doloroso: durante duas décadas, a referência "58", aludindo ao ano do verão destes acontecimentos, constava entre os seus projetos de escrita, "o texto permanentemente em falta, sempre adiado, a falha inqualificável". Mais dez anos seriam necessários para que a primeira meia dúzia de páginas ganhasse forma e, outros tantos, para a edição final.

Tudo somado, uma vida.

Aqui se narra a pulsão sexual dos 18 anos, o escárnio implacável de que foi alvo, a incerteza quanto ao futuro profissional e familiar, a bulimia silenciosa, a ânsia por liberdade, a descoberta de um novo mundo, ou seja, a desconstrução da jovem que um dia foi.

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 23 de março.


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'Um enfarte no alto do parque' é o testemunho real de Francisco Moita Flores

Book Stories, 15.03.23

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A Casa das Letras editou ontem, 14 de março, 'Um Enfarte no Alto do Parque', de Francisco Moita Flores, testemunho na primeira pessoa sobre o que enfrenta quem sofre um enfarte agudo do miocárdio e como prevenir a “morte súbita”.

Livro com prefácio do cardiologista Diogo Cavaco, que se encontrava na Feira do Livro de Lisboa, no momento dos acontecimentos descritos na obra, e iniciou o processo de reanimação do escritor que teve vários minutos clinicamente morto.

Francisco Moita Flores preparava-se para iniciar uma sessão de autógrafos na Feira do Livro de Lisboa, no dia 11 de setembro de 2022, quando sofreu um enfarte agudo do miocárdio, ficando em “morte súbita” durante vários minutos.

São raras as vítimas que sobrevivem a este estado clínico, caso não lhe sejam rapidamente ministradas manobras de reanimação. Graças à pronta reação de populares, equipa Leya e médicos, que, por mero acaso, se encontravam em passeio, no Parque Eduardo VII, e dos serviços do INEM, foi possível reverter a situação. Moita Flores seria operado de urgência no Hospital de Santa Marta com sucesso ao coração nessa mesma noite e ficou sem mazelas cardíacas.

“Resolvi partilhar a minha história, agora que estou praticamente recuperado, querendo contribuir para que uma das principais causas de morte em Portugal possa, de alguma forma, regredir. Eu, pecador inveterado, profissional de tudo quanto é fator de risco, decidi aconselhar os menos avisados. Pelo que este livro também é uma saudade: dos enchidos, do presuntinho, da preguiça, do sal e… do cigarrito”, partilha o autor com os leitores.

Francisco Moita Flores é dos autores de língua portuguesa mais conhecido quer pelas suas obras - 'A Fúria das Vinhas', 'Segredos de Amor e Sangue', 'A Opereta dos Vadios', 'Mataram o Sidónio!', 'O Mensageiro do Rei', 'O Mistério do Caso de Campolide', 'Os Cães de Salazar', que deu origem à série 'O Atentado', e 'A Despedida de Ulisses', entre muitos outros títulos; quer pelos brilhantes trabalhos para cinema e televisão, onde se recordam 'A Ferreirinha', 'Ballet Rose', 'Alves dos Reis', 'O Processo dos Távora' e 'O Bairro', além da adaptação de clássicos, nomeadamente, de Eça de Queirós, Júlio Dinis e Aquilino Ribeiro. 

 

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Um passeio pelo 'Jardim do Éden' de Ernest Hemingway

Book Stories, 14.03.23

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Conteúdo selecionado para o artigo "11+ livros incríveis para celebrar o Dia Mundial do Livro", publicado no blog da editora educativa Twinkl.

 
'O Jardim do Éden', publicado pelo Círculo de Leitores em 1986, foi um daqueles livros que, de forma completamente inesperada, encontrei no meio dos inúmeros romances da estante de livros da minha mãe que estão cheios de Lesley Pearse e Deborah Smith (nada contra, mas também nunca lhes peguei).
 
Desde 'Verdade ao Amanhecer' que nutro um carinho imenso por Hemingway e o mais curioso é que os dois livros (sendo este o segundo) que li foram publicados após a morte do autor. O que me deixa muito curiosa para o tanto que ainda tenho a descobrir sobre este mundialmente famoso e estudado autor.
 
Após algumas pesquisas sobre este livro, encontrei uma "teoria da conspiração" se teria sido escrito realmente por Hemingway ou pelo seu filho. Contudo, a escrita é leve e profunda, com detalhes e fugaz, emotiva e depressiva, mesmo ao jeito de como é descrito Hemingway. 
 
O livro inicia a trama em França, mas claro, ao belo jeito de Hemingway, passeia-se por Espanha e por África (de forma imaginária) no seu decorrer. Um jovem casal, recentemente casado, desfruta da lua-de-mel numa pitoresca cidade francesa, onde a descrição nos remete imediatamente para o bom tempo, o sol, o calor e o verão.
 
Evidentemente apaixonados, David Bourne, um escritor que acaba de publicar um livro que se torna um sucesso e Catherine (curiosamente um nome que é usado em outro livro famoso do Hemingway), a sua recente-esposa abastada, estão a aproveitar todo o seu tempo da forma mais descontraída possível.
 
As personagens passam o dia entre vários momentos de descontração na praia, entre mergulhos e passeios de bicicleta, 'regados', desde o pequeno-almoço até ao jantar, por álcool e comida típica, momentos tórridos e um aproveitar da vida típica de um casal atraente, provocador e sem querer (ou pensar) saber o que o mundo vê.
 
David quer dedicar-se a um novo livro, Catherine encoraja-o, mas também começa a dar evidências de solidão.
 
É um romance forte, audaz, que balança entre a crença de um amor de almas gémeas para a disputa de uma vida sem limites, rodeada de angústia e perdição. David trata carinhosamente Catherine por "demónio", esta que, pela solidão e aborrecimento com o dia-a-dia, atrai para a trama uma outra mulher, Marita, que se torna a "sucessora" de... ambos na vida do casal.
 
Catherine parece uma jovem apenas infantil e desorientada da vida até chegar ao ponto de evidenciar claramente um distúrbio mental.
 
"Ninguém sabe nada de si próprio quando está realmente envolvido. O 'si próprio' não é digno de consideração". Esta é uma frase usada por David quando já nenhum deles sabe que rumo tomará a vida desta tríade. 
 
Quem começa a ler este livro não imagina onde a história vai acabar, nem o conflito interno que deveria haver na cabeça de Hemingway para iniciar este livro em 1946 e o ir compondo ao longo de 15 anos.
 
 
✅ a reviravolta deste romance e a forma como as personagens se misturam e transformam no livro que é perigosamente atraente
 
❌ este livro daria facilmente 3 histórias diferentes, o que faz com que fique a saber a pouco porque não se sabe o que acontece efetivamente em cada uma das narrações
 
⭐ 4,5
 
by Sofia!

'O meu outro marido' é uma montanha-russa de emoções em forma de thriller

Book Stories, 13.03.23

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«Alguém está a tentar acusar-me de homicídio e não posso provar a minha inocência. Para isso, teria de revelar a verdade sobre o meu outro marido»


É a partir deste mote que os leitores são convidados a conhecer 'O meu outro marido', aquele que é o mais recente thriller de Dorothy Koomson, publicado pela Porto Editora a 9 de março.

No seu novo livro, a autora continua a demonstrar ter a perspicácia certa quando se trata de cativar leitores e mantê-los completamente envolvidos na história dos seus protagonistas.

A vida de Cleo Forsum é relatada numa altura em que ela decide afastar-se de tudo, inclusive do próprio marido, Wallace, na esperança de quebrar a ligação com um passado complicado. Mas algo inesperado acontece: sucede-se uma série de homicídios ao seu redor, e torna-se evidente que alguém está a tentar incriminá-la.

Cleo acredita saber o motivo desta súbita perseguição, mas revelá-lo significaria também revelar algo sobre si – uma verdade que se tem esforçado incansavelmente por esconder...

Dorothy Koomson escreve desde os 13 anos e a partir daí nunca mais parou, sendo hoje uma das figuras literárias afro-britânicas mais influentes no Reino Unido.

Alcançou o seu maior sucesso com 'A filha da minha melhor amiga', livro publicado pela primeira vez em Portugal pela Porto Editora em 2006, tendo completado em 2019, a sua 20.ª edição.

Autora do podcast The Happy Author, um espaço que afirma ter criado para os seus leitores, mas acima de tudo para todos aqueles que são ou pretendem ser autores, promete ainda ter muito para oferecer ao mundo literário.

 

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