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‘Foi Sem Querer Que Te Quis é o romance de estreia de Raul Minh’Alma e foi publicado em 2018 pela editora Manuscrito.
Sinopse
Quando menos esperamos a vida traz-nos aquilo que tentamos rejeitar. Como era possível Beatriz ter-se apaixonado, sem querer, por Leonardo? A primeira impressão que teve dele foi a pior possível. Era um jovem rico, mal-educado e mimado. Tudo o que mais desprezava em alguém. No entanto, o avô de Leonardo, um homem sábio e profundo conhecedor da vida, viria a aproximá-los.
Ao perceber a necessidade de Beatriz em reencontrar o caminho da felicidade depois de várias desilusões amorosas, ele promete dar-lhe a receita para ser feliz no amor. Um segredo escrito e guardado num envelope que ela só poderia abrir depois de cumprida uma tarefa: ajudar Leonardo a fazer as pazes com o seu passado e a tornar-se uma pessoa melhor. O que Beatriz não sabia é que esta missão iria transformar a sua própria vida para sempre.
História
Quando comecei a ler já esperava aquele romance fácil com alguns clichés típicos do género.
E não me enganei muito. Logo no arranque da história temos o fim do relacionamento da Beatriz com o namorado e temos logo o primeiro cliché que, confesso, achei básico demais: a Bia estava destroçada como a lata de coca-cola que ela via no chão totalmente desfeita.
Até revirei os olhos!
Mas não desisti. Ficamos então a saber que a Beatriz é aquele amor de pessoa que está sempre disposta a ajudar todos e que é terapeuta ocupacional, trabalhando com idosos institucionalizados.
É assim que conhece o senhor Nicolau que lhe dá uma missão quase impossível: ajudar o seu neto a transformar-se num homem a sério, de bom coração e boa índole. Em troca, Bia iria receber a receita – porque o senhor Nicolau era o dono de uma fábrica de chocolates – para ser feliz no amor, pois já acumulava umas quantas desilusões amorosas.
O neto problemático, claro está, era um jovem bem-parecido, com o corpinho bem definido, arrogante e desprezível.
Bom, feitas as apresentações fiquei logo a imaginar o que iria acontecer e, tendo em conta o título do livro, não foi difícil acertar.
Mas, e é aqui que eu tiro o chapéu ao Raul, pois ele teve a capacidade de nos levar por um caminho seguro e tranquilo para, nas últimas páginas, nos atirar do precipício.
Sim. Quando o livro termina caímos com estrondo, mas, no que a mim me diz respeito, ficamos fãs! E levantamo-nos com vontade de ler o próximo livro do autor - foi o que fiz!
Personagens
A Beatriz é uma jovem mulher de 27 anos que trabalha num lar de idosos como terapeuta ocupacional. É uma pessoa bondosa, com um coração extremamente grande e uma visão do mundo muito otimista. Tem sempre uma palavra de conforto e uma explicação benevolente para as piores coisas que acontecem. Não vejo um grande crescimento desta personagem ao longo da história, só mesmo no final com tudo o que acontece e com o cumprir da sua missão até ao fim.
Leonardo é o jovem rico, bonito e com um falso ego gigante. Sim, o mauzão é afinal um menino carente com muitos problemas internos para resolver consigo e com o pai. A sua doença também o atormenta. Ou seja, misturando tudo, o Leo está partido em cacos e precisa que alguém lhe mostre como os colar.
O senhor Nicolau, o avô do Leonardo, é aquele idoso que todos gostamos de imaginar: doce, carinhoso e com uma dose de sabedoria extraordinária, bem como de paciência.
A dona Lurdes, a mãe do Leonardo, guarda segredo do seu amor, pois sabe que o filho jamais aceitaria a sua relação.
Opinião
Apesar de eu continuar a descrever este livro como aquele romance fácil e cliché, a verdade é que a mensagem que é transmitida é importante.
A história da Beatriz e do Leonardo mostra-nos como o caminho para se ser feliz está repleto de vicissitudes que obrigam a uma enorme resiliência por parte de cada um de nós.
Também nos mostra como a vida é curta para não a vivermos a 100%. Não importa o que os outros pensam (eu sei, na teoria é muito fácil), o que realmente importa é aquilo que sentimos e como nos sentimos na nossa vida, com as nossas ações e com as pessoas que nos rodeiam.
E afinal há mesmo uma receita para se ser feliz (o senhor Nicolau tinha mesmo razão)!!!
O Raul tem uma escrita muito simples e fácil, mas alguma dificuldade em deixar certas muletas literárias, o que, no fundo, se prende com o receio de complicar a leitura para o seu público-alvo.
Sobre o final, que foi o que me conquistou, há que dar os parabéns ao autor por ter tido a capacidade de nos fazer ler algo de uma forma que não correspondia, de todo, à verdade - brilhante!
📖
✅ A mensagem por detrás do romance e o final totalmente inesperado
❌ Os clichés (o da coca-cola é mesmo muito mau) e as descrições fáceis
⭐ 4