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Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

Book Stories 2.0

Porque todos os livros contam uma história

‘Os Crimes Inocentes’ que mostram o estado a que chegámos

Book Stories, 28.12.20

Castanhos Quentes Citação Inspiradora Outono Pos

 

O livro 'Os Crimes Inocentes' foi publicado em 2018 pela Planeta Editora

Gabriel Magalhães é o autor de ‘Crimes Inocentes’ e de outras obras como ‘Não Tenhas Medo do Escuro’ (que recebeu o prémio Revelação na categoria de ficção da Associação Portuguesa de Escritores), ‘Planície de Espelhos’, ‘Madrugada na Tua Alma’, entre outros.

Sinopse

Um homem aparece assassinado no salão principal do Museu dos Coches de Lisboa, com uma lança atravessada no ventre.
Ao longo dos dias seguintes, morrem misteriosamente mais pessoas.
Um livro inteligente e divertido, que ajuda a perceber a sociedade portuguesa e as suas elites, a partir de uma sucessão de crimes que assentam na ganância, vaidade e desejo de poder.
Uma obra que percorre os lugares mais emblemáticos de Lisboa e oferece uma visão irónica dos bastidores da cultura e da política, com os seus jogos e guerras.

 

Opinião:

Mais uma estreia no meu caminho literário: Gabriel Magalhães.

Apesar de já ter vários livros publicados, confesso que ainda não tinha ouvido falar deste autor. No entanto, ler ‘Os Crimes Inocentes’ revelou-se uma agradável surpresa.

O que ao princípio parece apenas uma história de uma jovem precária que pretende transformar-se em detetive acaba por se revelar, afinal, numa deliciosa crítica à sociedade destes tempos.

Lembrou-me Eça de Queiróz – na crítica, não no estilo requintado da escrita.

Gabriel Magalhães escreve de forma simples e direta, sem grandes floreados, criando personagens que, se pararmos para pensar, todos conhecemos pelo menos uma na nossa vida.

A história decorre no ano de 2015, em pleno início de recuperação da crise económica que obrigou Portugal a pedir um resgate externo. A troika veio em força com exigências em troca de dinheiro e o Governo colocou em prática as demandas que levaram à ruína de muitas famílias, seja económica, seja social.

É neste meio-ambiente que as personagens deste livro deambulam, sempre com receio de serem despedidas pela troika.

O Museu Nacional dos Coches (o antigo) é o palco principal desta narrativa. Um conjunto de mortes estranhas levam Rosarinho, leitora assídua de policiais, a assumir o pulso à investigação, uma vez que o inspetor Marques, da Polícia Judiciária, pouco faz além de dizer: “um gajo tem de aturar cada coisa”.

Ao longo das 404 páginas conhecemos um pouco melhor os funcionários do Museu e as suas particularidades, os seus receios e as suas ambições.

E só no final, quando o mistério das mortes começa a ser desvendado, o autor aguça a crítica à sociedade portuguesa do século XXI pela voz da Rosarinho, a detetive que descobre a origem das mortes e até – imagine-se! – o mistério do desaparecimento da cadeira da qual Salazar caiu.

É uma obra bem construída e de fácil leitura. As descrições do local ou das personagens permitem-nos visualizar na nossa mente, com a maior perfeição, a Rosarinho, o doutor Mascarenhas, o detetive Marques, a dona Alda, a dona Constança e a execrável Márcia.

Sentimos um aperto no coração quando conhecemos melhor o Batista e sentimos pena do Santos (o primeiro a morrer) quando descobrimos os meandros da sua existência.

É um livro que nos faz pensar na vida: no que é importante para nós e na forma como encaramos a nossa existência diária.

 

📖

☝️ Pontos Positivos: a perspicácia da narrativa que nos prende e a clareza da escrita que nos permite visualizar os cenários e as personagens. A declaração de amor da Rosarinho à cidade de Lisboa

👇 Pontos Negativos: No final, quando se descobrem os mistérios das mortes, o autor divaga demasiado quando comparado ao resto do livro. Parece querer fazer render o desvendar do mistério

⭐ Avaliação: 3,8 estrelas

Este Natal vai ser diferente para que volte a ser igual. | Billboard _

Em 'Órix e Crex - O Último Homem' os porcos não voam, mas...

Book Stories, 27.12.20

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Pode ser que os porcos não voem, mas estão completamente alterados. O mesmo se passa com os lobos e outros animais.

Um homem – que em tempos se chamou Jimmy – vive numa árvore, embrulhado no seu lençol, e diz chamar-se Homem das Neves.

A voz de Órix, a mulher que ele amava, provoca-o e persegue-o. E os Filhos de Crex são agora responsabilidade sua.

Como é que o mundo inteiro se desmoronou tão depressa?

Com a sua habitual agudeza de espírito e o seu humor negro, Margaret Atwood apresenta-nos um mundo novo, habitado por personagens que não nos deixarão nem depois do último capítulo, nesta nova edição de 'Órix e Crex – O Último Homem', de Margaret Atwood.

Nesta obra, aquela que é uma das escritoras mais aclamadas da sua geração, Jimmy, ou o Homem das Neves, é o último sobrevivente da espécie humana. O único que escapou a uma misteriosa catástrofe.

Agora, o mundo é habituado por estranhos seres transgénicos, os Filhos de Crex.

Num ato de desespero, Jimmy é obrigado a deixar a sua árvore e descobre que o mundo à sua volta está longe de ser o que ele imaginava.

Margaret Atwood é capaz de nos transportar para mundos novos, marcados por distopias e personagens cativantes e misteriosos que nos agarram.

Uma coisa é certa, nada voltará a ser o mesmo depois de ler este livro!

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E o vencedor do Prémio Literário Vergílio Ferreira é...

Book Stories, 26.12.20

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📸 Assírio & Alvim

Instituído pela Universidade de Évora em 1997, para homenagear o escritor que lhe dá o nome, o prémio destina-se a galardoar anualmente o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante no âmbito da narrativa e/ou ensaio.

O júri decidiu por unanimidade atribuir o galardão a Ana Luísa Amaral, "uma das mais relevantes poetisas da atualidade" que, na sua obra traduzida para diversas línguas, aborda "a memória e a vindicação do feminismo português".

"Desdobra-se em áreas tão diversas como a teoria e a prática literárias, reunindo ainda, pelo diálogo que estabelece com a tradição clássica e contemporânea, um conjunto de qualidades que apresentam o melhor dos processos de identificação da nova sociedade portuguesa", sublinhou igualmente o júri.

António Sáez Delgado, professor da Universidade de Évora (UÉ), presidiu o júri constituído pelos docentes Ana Paula Arnaut (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), Pedro Serra (Faculdade de Filologia da Universidade de Salamanca) e Cláudia Teixeira (UÉ), e pela crítica literária Anabela Mota Ribeiro.

Ana Luísa Amaral ensinou na Faculdade de Letras do Porto e tem um doutoramento sobre Emily Dickinson. É autora de mais de duas dezenas de livros de poesia e livros infantis, e traduziu diversos autores para a nossa língua, como John Updike ou Emily Dickinson.

A sua obra encontra-se traduzida e publicada em vários países, tendo obtido diversos prémios, de que destacamos o Prémio Literário Correntes d'Escritas, o Premio Letterario Poesia Giuseppe Acerbi ou o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores.

Em outubro de 2020 foi galardoada com o prémio literário espanhol Leteo. 

Escuro (2014), E Todavia (2018), What’s in a Name (2018, recém-eleito Livro do Ano pelos Livreiros de Madrid) e Ágora (2020) são os seus títulos publicados pela Assírio & Alvim.

Tal como nas edições anteriores, a cerimónia de entrega do galardão está agendada para 1 de março, data em que se assinala o aniversário da morte do escritor Vergílio Ferreira (1916-1996), patrono do prémio.

 

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Médico apresenta 'Um Caminho Para a Cura'

Book Stories, 22.12.20

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A Dom Quixote acaba de editar 'Um Caminho para a Cura, Realidades e Propostas para o Sistema e Saúde em Portugal', onde o deputado e médico Ricardo Baptista Leite faz um manifesto sobre o futuro da saúde em Portugal, alertando para a necessidade da implementar mudanças urgentes depois de fazer um diagnóstico detalhado da situação presente e da sua evolução ao longo das quatro décadas de existência do Serviço Nacional de Saúde.

Perante a fragilidade do nosso sistema de saúde e as vulnerabilidades da nossa população, agravadas entretanto pelo desafio da crise da COVID‑19, a necessidade de mudanças profundas no nosso país tornam-se ainda mais urgentes

"Apresento neste livro um conjunto de propostas, que designei por opções terapêuticas, e que pretendem consubstanciar as tão necessárias transformações estruturais do futuro do sistema de saúde português”, escreve o deputado do PSD que propõe a extinção dos “colossos burocráticos” das Autoridades Regionais de Saúde substituídas por Unidades Locais de Saúde, a passagem das responsabilidades da DGS para três entidades distintas e a sua extinção com a criação de uma nova autoridade nacional de saúde – Saúde Pública Portugal (SPP).

Ricardo Baptista Leite defende ainda o pagamento de taxas moderadoras diferenciadas em função dos rendimentos e a criação de um Ministério da Saúde e do Bem-Estar, agregando competências do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

“Assumo que estas opções terapêuticas para o nosso sistema de saúde são apenas isso: opções. Esta obra pretende que as ideias aqui apresentadas sirvam para o início de diálogo entre políticos, gestores, profissionais de saúde, doentes, em suma, entre todos os portugueses, para urgentemente definirmos juntos o nosso caminho futuro”, escreve Ricardo Baptista Leite, para quem “os dados são claros a demonstrar os enormes riscos que a nossa nação enfrentará se não mudarmos de rumo no cumprimento das nossas respostas de saúde à população”.

“Atingimos um ponto em que injetar apenas mais dinheiro na Saúde, ainda que o tivéssemos, não chegaria... é mesmo preciso reformar!”, escreve José Fragata, vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, no prefácio da obra.

Ricardo Baptista Leite nasceu em Toronto a 31 de maio de 1980. É médico, professor universitário, analista e político. É deputado da Assembleia da República, eleito pelo PSD, membro da Assembleia Municipal de Cascais e Coordenador Científico de Saúde Pública do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa.

 

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'As Falsas Memórias de Manoel Luz' e a vitória do emocional sobre o racional

Book Stories, 21.12.20

Castanhos Quentes Citação Inspiradora Outono Pos

A minha edição de 'As Falsas Memórias de Manoel Luz' foi publicada em 2017 pela editora Minotauro

 

Sinopse

Após a morte de um grande editor, Manoel Luz, também ele um homem dos livros, é confrontado com inesperados segredos que o obrigam a suspeitar da verdade e a recompor a sua narrativa de vida com tantos desacertos e acasos. Depois da revolução de Abril, também o livreiro começa uma inevitável renovação na matéria mais íntima. O encontro inexplicável com a rapariga estrangeira, a filha imprevista com nome de flor bravia e o rapaz louco acompanham Manoel Luz nesta revelação de uma realidade improvável, mais deformada e duvidosa mas compensada pela amplitude da afeição.

 

Opinião

Este é um daqueles livros que me vai ficar para a vida, que vou olhar sempre com muito carinho e que lerei de certeza muitas outras vezes.

Comprei-o numa Feira do Livro no Jardim Botânico em Belém e o que me chamou a atenção foi a frase que consta da capa: "A razão está claramente doente: desengane-se o homem que acredita na salvação pelo raciocínio".

Como pessoa bastante emocional que sou, identifiquei-me logo e comprei, sem conhecer a autora, sem saber o que o livro tratava ao certo.

Depois vieram as surpresas.

Para além de uma história que vai saltitando entre o presente e o passado, entre a história do protagonista, o tal Manoel Luz e as histórias das pessoas que cruzam a vida dele, o protagonista é, como eu, um grande apaixonado por livros.

A obra mostra-nos a complexidade do homem em busca e na luta por ser alguém com mais poder, terminando com a clara evidência de que o nosso poder está na capacidade de apreciarmos as coisas simples da vida.

Ao longo da história, traumática mas reveladora, onde um homem da razão se entrega à emoção de tudo aquilo que não se permitiu sentir, é-nos possibilitado fazer uma reflexão sobre a palavra ‘nunca’.

Já alguma vez pensaram que ‘nunca’ é uma palavra que em termos práticos não existe e que o ‘sempre’ também não tem garantias?

Para além das inúmeras referências a Fernando Pessoa, encontra-se na escrita detalhes muito particulares, uma escrita maravilhosa, cativante.

Voltei atrás na história muitas vezes. Mas não porque me tinha esquecido onde tinha parado a leitura.

Voltei a reler várias páginas porque há momentos tão deliciosos no livro que me dava sempre vontade de lá voltar.

Via as últimas páginas a passar nas minhas mãos e receava chegar ao fim: não com medo da desilusão do final da história, mas com ansiedade porque a história ia acabar.

E é tão bom quando um livro nos permite ter este medo de chegar ao fim!

 

📖

☝️Pontos Positivos: A forma como a trama está bem desenvolvida e as várias menções a Fernando Pessoa 

👇 Pontos Negativos: Não encontrei nenhum

⭐ Avaliação: 5 estrelas

 

* Review da autoria da minha querida Sofia <3

 

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Livros para oferecer aos miúdos no Natal #parte 3

Book Stories, 18.12.20

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Já faltam poucos dias para o Natal, mas ainda há várias coleções de livros dirigidas aos miúdos que eu gostaria de vos dar a conhecer porque são muito interessantes.

Depois das coleções Livros Que Ajudam a Crescer e Livros Que Viajam Pelo Saber, hoje chega a vez de conhecerem as coleções:

 

  • Livros Para Divagar

 

Confesso que estes livros da Fábula me estão a piscar os olhos e não para eu oferecer a alguém, mas mesmo para eu própria ler eheheh

 

  • Livros que Sabem Esmiuçar

 

 

O livro sobre a mitologia parece-me muito giro e o relativo ao período deve ser da maior utilidade para as meninas, não acham?

 

  • Livros para Melhores Dias

 

Adorei a capa de 'O Reino de Coral', não é lindíssima??

 

  • Livros Para Iniciar a Aventura

 

 

 

Vão optar por alguma destas sugestões??

'Nómada', o primeiro vencedor de sempre do Prémio Literário Armando da Silva Carvalho

Book Stories, 17.12.20

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'Nómada', de João Luís Barreto Guimarães, foi anunciado como o primeiro vencedor de sempre do
Prémio Literário Armando da Silva Carvalho, atribuído pelo Município de Óbidos em honra do poeta e nome maior da literatura portuguesa.

O anúncio foi feito à margem da comemoração do dia em que Óbidos assinala cinco anos de Cidade Criativa da Literatura da UNESCO.

O Prémio Literário Armando da Silva Carvalho destina-se a premiar uma obra de poesia, escrita em língua portuguesa, cuja primeira edição tenha sido publicada em qualquer país da lusofonia ― este ano foram contempladas cinquenta obras de poetas provenientes de vários países de língua portuguesa.

O vencedor irá receber uma viagem a uma Cidade Criativa da Literatura da Unesco.

Tendo em conta o momento de pandemia atual, a cerimónia de entrega do prémio não ocorrerá como inicialmente previsto, pelo que será agendada a sua celebração quando da realização da próxima edição do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, cuja data será oportunamente anunciada.

Em abril de 2019, 'Nómada' arrecadou o prémio de Melhor Livro de Poesia naquela que foi a primeira distinção nesta categoria dos Prémios Bertrand.

João Luís Barreto Guimarães é o autor de outras obras como 'Movimento', 'O Tempo Avança por Sílabas', 'Mediterrâneo', 'Você Está Aqui' e 'Poesia Reunida', entre outros.

 

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Quem foi a Condessa de Ségur, a autora de 'As Meninas Exemplares?'

Book Stories, 16.12.20

Houvesse uma estrada das Índias até ao reino e e

 

 

A Condessa de Ségur na verdade chamava-se Sophie Rostopchine. Nasceu a 19 de julho de 1799 em São Petersburgo, na Rússia, e morreu aos 74 anos em Paris, França.

Sophie era filha do conde Rostopchine, governador de Moscovo e ministro do czar, e passou a infância em Voronovo, na Rússia.

Mas a vida da jovem Sophie mudou drasticamente quando o pai foi acusado, em 1817, de ter ordenado o ateamento de um conjunto de incêndios em Moscovo para impedir que as tropas napoleónicas se rebastecessem.

Nesta senda, Sophie e a família foram obrigados a fugir para Paris onde, dois anos mais tarde, Sophie se casou com o conde Eugène de Ségur com quem teve oito filhos.

Anos mais tarde, quando já era avó, a Condessa de Ségur gostava de passar o seu tempo a contar histórias às duas netas Madeleine e Camille e quando estas se mudaram com o pai para Londres, a Condessa passou a escrever pequenas histórias para lhes contar.

A Condessa de Ségur tornou-se escritora aos 50 anos, tendo publicado mais de 20 romances nos quais o bem vencia sempre o mal e os erros eram sempre corrigidos.

O sucesso das obras foi enorme ainda durante a vida da Condessa e assim continuou até aos dias de hoje.

 

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Teixeira de Pascoaes: A voz do saudosismo português

Book Stories, 15.12.20

Castanhos Quentes Citação Inspiradora Outono Pos

 

Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos é um dos grandes nomes da poesia e prosa portuguesas. Nascido em Amarante, em 1877, cursou Direito em Coimbra para depois regressar a Amarante e abrir um escritório de advocacia no Porto.

Este nome não vos diz nada, não é verdade?

Falo de Teixeira de Pascoaes, o poeta-filósofo que morreu a 14 de dezembro de 1952.

Apesar do trabalho desenvolvido enquanto advogado e, mais tarde, como juiz, Teixeira de Pascoaes sempre teve tempo para se dedicar à poesia.

A sua passagem por Coimbra, ao contrário do que acontecia com a larga maioria dos estudantes, não ficou marcada pela vida universitária e boémia. Teixeira de Pascoaes preferia o sossego da sua casa e a reflexão das suas palavras.

Tanto que, apenas dois anos após exercer o cargo de juiz, decidiu colocar um ponto final na sua carreira judicial e mudou-se para a Casa de Pascoaes para ser ‘apenas’ poeta – era oriundo de uma família abastada e, por isso, não tinha a necessidade de trabalhar para garantir o seu sustento.

Em 1912, após a implantação da República em Portugal, o poeta-filósofo dirigiu a revista A Águia e o movimento Renascença Portuguesa, difundindo a doutrina do saudosismo que influenciou muitos escritores da época, incluindo Fernando Pessoa.

Mas em 1919, o movimento desapareceu, pois, este saudosismo e o próprio Pascoaes foram considerados ultrapassados e utópicos.

Teixeira de Pascoaes deixou uma vasta obra publicada e é um dos nomes incontornáveis do pensamento e da poesia portuguesas do século XX.

 

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Homenagem a John Le Carré

Book Stories, 14.12.20

Castanhos Quentes Citação Inspiradora Outono Pos

 

Morreu, este sábado, um dos nomes maiores da literatura britânica e mundial.

John Le Carré, que marcou uma geração de leitores com os seus livros sobre espiões, fechou os olhos para sempre aos 89 anos.

Mas o seu nome perdurará para sempre no imaginário de milhões de pessoas graças aos seus livros inspirados na sua própria experiência pessoal enquanto agente do MI5.

David John Moore Cornwell trabalhou com os serviços secretos britànicos entre 1958 e 1964, sendo que o primeiro livro – ‘Chamada para a Morte’ – foi publicado em 1961. No ano seguinte publicou ‘Um Crime Quase Perfeito’ e em 1963 ‘O Espião que Saiu do Frio’.

O sucesso deste último livro foi tal que David, que ficou mundialmente conhecido pelo pseudónimo de John Le Carré, deixou a vida de espião para se dedicar inteiramente à escrita.

A Guerra Fria foi um dos grandes temas das suas obras, mas com a queda da Cortina de Ferro, o autor decidiu modernizar-se e acompanhar a mudança dos tempos, passando a introduzir nos seus romances temas como o desmembramento da União Soviética, a política dos Estados Unidos da América no Panamá, as manobras obscuras da indústria farmacêutica em África e o terrorismo islâmico.

John Le Carré escreveu 25 romances, mas também ensaios, textos de opinião e até contos e vários dos seus livros foram adaptados para o cinema, como ‘O Espião que Saiu do Frio’, ‘O Fiel Jardineiro’, ‘A Rapariga do Tambor’, ‘A Toupeira’, entre outros.

 

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